O vice-presidente do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) para a Governação Económica e Gestão do Conhecimento manifestou, na semana passada, confiança na capacidade de Moçambique controlar a dívida pública, reconhecendo que prevalecem fatores de pressão sobre os encargos do país.
“Os passos que estão a ser seguidos pelo Governo [moçambicano] são um caminho seguro para se sair da dívida [excessiva]”, afirmou Kelvin Urama, falando aos jornalistas no final da visita que realizou ao país do Índico.
Citado pela Lusa, Urama apontou a implementação de políticas favoráveis a um crescimento económico inclusivo, reforma do sistema de gestão de finanças públicas, mobilização de receitas e estímulo ao investimento privado interno e externo, bem como de outro tipo de fluxos financeiros como condições para a sustentabilidade da dívida.
Segundo aquele gestor da instituição financeira africana, a posição da dívida pública de Moçambique não é singular, porque, apontou, vários países enfrentam choques e vulnerabilidades que aumentam a sua exposição ao sobre-endividamento.
“O mundo tem enfrentado várias contrariedades em termos de riscos e choques, incluindo a Covid-19 e mudanças climáticas [que agravam a espiral de dívida pública]”, frisou Kelvim Urama.
Urama disse ainda que, nesse sentido, controlar a dívida “leva o seu tempo e não acontece de um momento para o outro”.
De acordo com dados do Fundo Monetário Internacional (FMI), o rácio da dívida pública de Moçambique face ao PIB passou de 64,3% em 2014 para 120% em 2016 e continuou acima de 100% desde então, devendo terminar este ano nos 127,6%, a terceira maior da África subsaariana, a seguir à Eritreia e Cabo Verde.
Com Lusa