A Guiné-Bissau determinou, na semana passada, uma redução do preço do arroz que aproxima o custo daquele que é o principal produto alimentar no país de valores anteriores à escalada dos últimos anos, naquela que foi a principal medida saída da primeira reunião extraordinária do Conselho de Ministros do novo governo guineense.
O executivo decidiu fixar o preço máximo do arroz da espécie trinca 100% partido em 17.500 cfa (26 euros) por saco de 50 quilogramas. A medida anunciada no final da reunião pelo primeiro-ministro, Geraldo Martins, determinou que os novos preços começassem a ser aplicados “a partir da passada Quarta-feira, 23 de Agosto, traduzindo-se e numa redução de 22%, face ao preço praticado até então (22.500 cfa, cerca de 34 euros).
“Esta medida foi adotada em resposta aos gritos das nossas populações que clamam da difícil condição de vida e o Governo quis que, logo neste primeiro Conselho de Ministros saísse esta medida para aliviar o sofrimento das nossas populações”, afirmou.
O primeiro-ministro referiu que os custos desta medida “são perfeitamente suportáveis” para o Governo, que, prometeu, “vai continuar a fazer o acompanhamento para que a situação da insegurança alimentar no país, principalmente no interior e nas zonas rurais, possa ser aligeirada”.
Geraldo Martins, citado pela Lusa, indicou que foi criada uma comissão interministerial que fará o acompanhamento da implementação destas medidas, composta pelos ministros do Interior, do Comércio e da Economia e Finanças.
Comerciantes questionam decisão do Governo
Entretanto, o presidente da Associação de Retalhistas de Mercados da Guiné-Bissau, Aliu Seidi, questionou de que forma será executada a decisão do Governo de baixar o preço do arroz, base da dieta alimentar dos guineenses.
Em conferência de imprensa, Seidi perguntou qual o mecanismo previsto pelo Governo para os comerciantes que já têm arroz nos armazéns e que adquiriram por outros preços. O líder associativo diz não estarem contra a medida, mas que, no entanto, pretendem apenas saber se serão autorizados a vender no preço anterior o produto que têm em armazéns ou se serão reembolsadas das perdas que vão sofrer, caso vendam ao novo preço determinado pelo Governo.
“O Governo tem de dizer as coisas de forma clara, senão está a colocar-nos contra a população que, a partir de hoje [Quarta-feira, 23] está a exigir comprar cada saco de 50 quilogramas por 17.500 francos cfa”, observou Aliu Seidi.