Passados mais de um ano desde que a companhia de serviços marítimos e de logística Maersk abandonou o país, as autoridades guineenses estão a tentar, “a todo o custo”, o regresso desta ao país, de acordo com fontes governamentais e do sector privado citadas pela Lusa.
A pressionar o regresso da Maersk estará a necessidade de o país escoar os produtos de exportação, como é o caso da castanha de caju, principal bem de venda daquele Nação, para outras geografias.
Um dos que avançou essa possibilidade foi o líder dos importadores e exportadores guineenses, Mamadu Jamanca, que já teme que a situação “se torne caótica” durante o transporte daquele bem para a Índia e o Vietname, se nada for feito para o retorno da Maersk.
Uma nota com a cronologia dos factos descrita pela Lusa, em Agosto de 2020, mostra que a empresa dinamarquesa viu-se envolvida numa polémica judicial em Bissau, que culminou com o arresto de um navio da companhia, libertado mais tarde.
Na sequência do contencioso que motivou, na altura, uma ordem de prisão, entretanto não cumprida, ao então ministro dos Transportes da Guiné-Bissau, Jorge Mandinga, a quem o juiz acusou de ter mandado soltar ilegalmente o navio apreendido, a Maersk decidiu abandonar o país.
Fontes ligadas ao sector privado guineense admitiram que a saída da companhia, que opera em mais de 130 países e que é uma das principais transportadoras de contentores no mundo, tem afectado a actividade do comércio na Guiné-Bissau.
Por outro lado, Mamadou Jamanca não entende como foi possível a Guiné-Bissau “dar-se ao luxo de entrar numa guerra desnecessária” com a Maersk, “uma das maiores companhias marítimas do mundo”.
A saída da companhia dinamarquesa de Bissau também é tema de conversa na Administração dos Portos da Guiné-Bissau (APGB), sobretudo, dizem as fontes daquela empresa estatal, a partir do mês de Janeiro último, quando a Maersk comunicou oficialmente a sua decisão de desmontar uma das suas duas máquinas de embarque e desembarque de contentores.
Vários empresários guineenses ligados ao sector do caju explicaram que a esperança reside nas diligências em curso por parte da APGB, que tem desenvolvido contactos com a sucursal africana da empresa dinamarquesa e as autoridades guineenses, no sentido de encontrar um entendimento que possibilite a retoma das actividades da Maersk.
*Com Lusa