O Governo da República da Guiné-Bissau afastou a hipótese que dá conta de que o aumento no preço dos bens da cesta básica no país esteja associado às últimas políticas económicas adoptadas recentemente pelo Executivo, tendo apontado a pandemia como fonte da crise de preços que se assiste no país.
O posicionamento do Governo foi tornado público pelo ministro das Finanças do país, João Fadiá, que considera que o actual cenário de subida dos preços tenha origem no que designou por “inflação importada”, isto devido aos efeitos da Covid-19 que encareceu os preços dos produtos da cesta básica nos países com baixo nível de produção agrícola reduzida, como é a Guiné-Bissau.
Com isto, João Fadiá afirmou nega que tenha sido as escolhas político-económicas do Governo a impulsionar a subida dos preços. “Esta inflação não é gerada por políticas económicas menos adequadas no país. Esta inflação é uma inflação importada devido à problemática do covid-19”, indicou Fadiá, em resposta aos perguntas de jornalistas sobre os aumentos de preços dos bens alimentares, registado nos últimos meses na Guiné-Bissau.
Dados recentes apontados pelo ministro das Finanças guineense mostram uma inflação média a fixar-se nos 2,8% e que, segundo o governante, “ainda está dentro dos parâmetros da União Económica e Monetária da África Ocidental, que é no máximo 3%”.
Para João Fadiá, o que está a acontecer no país é um aumento a nível internacional do preço dos produtos, nomeadamente 22% nos cereais, 73% nos óleos e 40% nos açúcares. “Este é o nível dos preços internacionais dos produtos. A Guiné-Bissau é um importador de todos estes itens e tem impacto”, justificou Fadiá.
Como forma de fazer face à ruptura de bens da cesta básica no país, o Governo moçambicano tinha subsidiado, já em 2020, 50 mil toneladas de arroz e 30 mil toneladas de açúcar, que, segundo o gestor, “permitiu manter os preços dentro dos parâmetros praticados até então”.
“Se perguntarem se vamos continuar a fazer isso, tudo dependerá. Temos o programa com o FMI, temos objectivos de receitas, temos contenção de despesas”, disse.
João Fadiá lembra que é necessário que a Guiné-Bissau salvaguarde o Programa Monitorizado pelo Corpo Técnico do Fundo Monetário Internacional, cuja segunda avaliação teve início esta Terça-feira, 30, para que em 2022 possa acordar um programa financeiro.