Governo angolano vai disponibilizar, em 2025, uma linha de crédito de 15 mil milhões de kwanzas (16,4 milhões de dólares) para apoiar o sector agropecuário e um pacote de garantias soberanas de 1,46 biliões de kwanzas, destinado a projectos privados de interesse estratégico nacional.
A informação foi avançada pelo ministro de Estado para a Coordenação Económica, José de Lima Massano, referindo que continuará determinado em implementar de “forma eficaz” a agenda económica do Executivo, virada para um desenvolvimento sustentável e inclusivo e melhoria significativa da vida dos angolanos.
“Angola dispõe, actualmente, de condições e oportunidades necessárias para fomentar a produção de bens essenciais ao consumo interno, numa lógica de integração económica. Esta realidade é cada vez mais visível em quase todas as províncias do país, no contexto da diversificação da economia”, disse.
De acordo com o governante, este esforço visa reduzir gradualmente a dependência externa, em relação a produtos de largo consumo, como o arroz, açúcar, carne de frango, óleo alimentar e leite em pó, entre outros.
O ministro de Estado sublinhou ainda que, graças ao contínuo estímulo à produção interna, a diversificação da economia nacional está a acontecer e avançar, com alguns sectores a crescerem acima da média. “Este é o caminho que se pretende continuar a trilhar rumo a um desenvolvimento económico sustentável, robusto e inclusivo”, acrescentou.
José de Lima Massano reconhece, entretanto, que o sector petrolífero, do qual o país ainda depende em mais de 90% em receitas cambiais, continuará a desempenhar um papel crucial na economia nacional, mas o verdadeiro propósito é o crescimento robusto do sector não petrolífero.
Para o ministro de Estado para a Coordenação Económica, esta mudança é já uma realidade, com o Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre de 2024 a crescer 5,5%, em termos homólogos, fruto do dinamismo do sector não petrolífero, que registou um crescimento de 6,3%.
“Prevê-se, para 2025, consolidar esta dinâmica positiva, estimando-se um crescimento do PIB acima dos 4%, impulsionado pelo sector não petrolífero, que deverá crescer cerca de 5,15%”, avançou.
Relativamente à inflação, destacou a desaceleração que se tem verificado nos últimos tempos, referindo que os esforços do Executivo para aumentar a produção interna deverão contribuir para aliviar as pressões inflacionistas, fortalecer a moeda nacional e estimular o crescimento económico.
Apesar dos progressos alcançados no III trimestre de 2024, José de Lima Massano reconhece haver ainda há um longo caminho a percorrer para satisfazer plenamente as aspirações dos angolanos.
Quanto ao emprego, particularmente para os jovens, José de Lima Massano disse que continua a ser uma prioridade estratégica do Executivo, que, em 2024, criou o Fundo Nacional para o Emprego de Angola (FUNEA), no âmbito da Política e Estratégia Nacional de Emprego.
Este fundo, segundo a nota publicada no website do Governo de Angola, foi estabelecido para garantir recursos financeiros destinados à promoção do emprego, com foco na inserção de recém-formados e cidadãos desempregados no mercado de trabalho, além de mitigar os constrangimentos existentes neste âmbito.
Igualmente, referiu-se à necessidade do diálogo contínuo com associações empresariais, profissionais e outros actores da sociedade civil para o desenvolvimento de políticas que respondam às reais necessidades da população.
“Este intercâmbio de ideias não só reforça a confiança entre o Executivo e a sociedade, como também permite que as decisões sejam mais inclusivas e representativas”, frisou o governante, ao enaltecer o trabalho em parceria, para se construir um futuro onde “o crescimento económico seja sustentável, equitativo e verdadeiramente transformador para todos os angolanos”.
A Agenda Económica do Executivo inclui 24 medidas de estímulo à economia e dinamização do seu potencial, agrupadas em domínios como aumento da produção nacional, facilitação do acesso ao financiamento para o sector empresarial, simplificação e alívio fiscal, e melhoria do ambiente de negócios.