A Glopol Angola – empresa do grupo Topack que se dedica à produção e comércio de artigos produzidos em material termoplástico – investiu 7 milhões de dólares na aquisição de equipamentos de descontaminação de flocos, que permitem a produção de uma matéria-prima próprias para contacto alimentar.
O investimento foi feito no âmbito de um projecto, que se diz “inovador”, de produção de polietileno tereftalato reciclado (rPET), lançado recentemente, em Luanda, com o objectivo de promover a economia circular em Angola e oferecer uma renda estável para as comunidades locais que participam no processo de colecta de garrafas plásticas usadas.
À FORBES ÁFRICA LUSÓFONA, o director-geral da Glopol Angola, Manuel Vara, disse que a empresa esteve ligada à parte dos plásticos há 20 anos e que sentiu “uma grande necessidade” de reciclar estes produtos [de plástico] quando estivessem partidos, fora de uso ou obsoletos em termos de marca.
“Desde muito cedo, recolhemos produtos que vendemos as cervejeiras. Depois, partimos para uma recolha mais universal, ou seja, no chamado pós-consumo, onde são organizadas micro-empresas que fazem esse tipo de recolha. Como produtores de plásticos, sentimos a necessidade de fazer a sua reciclagem, de forma a não prejudicar ambiente”, explicou.
A valorização dos resíduos por parte da Glopol, segundo Manuel Vara, está a dinamizar a economia circular em Angola, tendo em conta que mais de 800 famílias estão a beneficiar do projecto, dotando-se de uma renda que não tinham.
O gestor diz que, com o referido projecto, a Glopol encontrou a oportunidade de melhorar os seus negócios, tirando vantagens do facto de estar a produzir com matéria-prima nacional. “Logo, aqui temos uma vantagem de não estar a importar e a gastar divisas que são tao importantes nestes últimos meses, com a desvalorização do kwanza”, realçou.
Em relação ao modelo de recolha dos resíduos, o director-geral da Glopol fez saber que é feita em cerca de 80 pontos de entrega que estão localizados em bairros e centralidades da capital do país, organizados em função da tipologia da zona habitacional.
“Temos os outos grandes colectores que entregam aqui na Glopol, mas também temos os mais pequenos que informam que já têm, por exemplo, uma tonelada de PET (garrafas de plástico) e que podemos ir buscar. Naturalmente, a logística é muito importante, nós não podemos nos deslocar se tiverem só 100 quilos de PET, porque aí a rentabilidade desaparece”, referiu Manuel Vara, avançando que ao apostar neste projecto, a empresa Glopol passará a deixar de importar matéria-prima, o que garante uma poupança de 200 mil dólares mensais.
Ao introduzir a produção de rPET, considera o seu director-geral, a Glopol Angola demonstra o seu forte compromisso com a sustentabilidade e a responsabilidade corporativa, “alinhado ao investimento ambiental, social e de governança (ESG) e elevando a sua posição como líder em práticas sustentáveis na indústria de embalagens”.