A Consultora de Recrutamento, Glaucia Donda, vai lançar a sua mais recente obra literária, “O Director Fantasma”, na próxima Quinta-feira, 07, no Auditório José Araújo, da Universidade Lusófona de Lisboa.
Em entrevista à FORBES ÁFRICA LUSÓFONA, a escritora referiu que aproveitando o sucesso da sua estreia, no seu segundo trabalho optou por investigar a evolução histórica da Gestão do Capital Humano, ancorada na narrativa convincente do protagonista, o Doutor Miguel Kiassekoka.
“O livro não só oferece uma exploração profunda da questão subjetiva, mas também explora o sentido de missão de Miguel, criando uma experiência instigante e emocionalmente ressonante para os leitores”, conta.
“O Diretor Fantasma” é uma “comovente homenagem” ao falecido pan-africanista, Doutor Miguel Kiassekoka, que deixou uma marca indelével na autora. Movida pela nostalgia e por um profundo interesse sobre o desenvolvimento eficaz do capital humano, através do amor ao trabalho e do altruísmo na gestão de recursos humanos, Donda tece uma narrativa que transcende o tempo e as fronteiras.
De acordo com a autora, a pesquisa para o livro reflete dez anos de experiências académicas e profissionais. Embora o processo de redacção tenha demorado aproximadamente um ano, o conteúdo vem de cinco décadas de imersão na gestão do capital humano.
A apresentação da obra promete o embarque numa viagem pelas páginas de “O Diretor Fantasma”, o testemunho da convergência da academia, das experiências do mundo real e do espírito duradouro de Miguel Kiassekoka, realça a autora.
Glaucia Donda disse que a ideia de escrever o livro surge em Maio de 2020, ao receber a “comovente” notícia da morte prematura seu amigo e compatriota, o Dr. Miguel Kiassekoka.
“Lamentando sua perda, encontrei consolo e inspiração naquela mesma noite, o que me levou a elaborar a sinopse do livro como uma homenagem à sua vida impactante. O livro tornou-se um veículo não só para homenageá-lo, mas também para explorar a gestão do capital humano e partilhar a minha perspectiva sobre a evolução histórica”, frisa.
A escritora angolana pretende lançar o livro também no seu país-natal, seguindo-se lançamentos em Moçambique, Cabo Verde e Brasil.
Nesta fase do lançamento do livro, a autora conta que “aborda as avaliações negativas com a mente aberta”, aproveitando a sua experiência como consultora de recrutamento, em esta acostumada a dar e receber feedback. “Embora não tenha recebido críticas directas, acolho diversas perspectivas. Nos artigos, abracei a crítica incluindo o crítico em artigos subsequentes, oferecendo-lhes uma prévia antes da publicação”, disse.
Glaucia sublinha que durante o processo da escrita, navegou escrever pelo meio da história, tecendo exemplos técnicos e efeitos perfeitamente, representa um desafio consistente. “Embora a ideia inicial e a conclusão surjam de forma mais natural, elaborar a narrativa de maneira convincente e tecnicamente sólida requer atenção meticulosa”, explica.
A angolana começou a sua jornada na escrita em 2017, quando, enfrentando desafios inesperados para conseguir um emprego em Luanda, encontrou na escrita um meio de envolver a sua mente. “Inicialmente era um passatempo, mas o feedback positivo, incluindo os elogios do Dr. Miguel Kiassekoka e o incentivo do meu orientador, Gilberto da Piedade Veríssimo, alimentaram a minha paixão pela escrita. Enviei um artigo de opinião a três jornais locais, um deles respondeu dizendo ‘tu pensas fora-da-caixa’. Daí, não mais soube parar”, lembra.
A escritora sublinhou que ao publicar o seu primeiro livro, “foi nada menos que transformador”. A recepção “calorosa” da comunidade literária e dos leitores, garante, abriu-lhe portas para oportunidades incríveis. “Viajar por diferentes países e cidades para partilhar o meu trabalho permitiu-me conectar-me com diversos públicos, ampliando a minha perspectiva sobre as ciências humanas e o alcance global das minhas ideias”, refere.
Glaucia não apenas ganhou a notoriedade na comunidade de escritores, mas também descobri o seu lugar na área. A experiência foi além de apenas um trabalho publicado. marcou o início de uma jornada onde aprendeu e evolui continuamente. “A rede alargada de contactos apresentou-me a pessoas com ideias semelhantes, promovendo colaborações e discussões que enriqueceram ainda mais a minha compreensão das complexidades do capital humano”, diz.
A escritora terá agora dois livros publicado, nomeadamente “Gestão de Recursos Humanos: Uma Questão de Amor”, pela editora Chiado Books (2019) e “Diretor Fantasma”, pela EditoraRH (2023). Além disso, contribuiu com 60 artigos para diversas instituições de leitura.
“No primeiro livro, a personagem principal, Weza Patrícia, tem muitos traços comportamentais meus, ainda que eu só me tenha apercebido disso anos após a escrita, também algumas experiências que escrevi foram baseadas situações vividas ou ouvidas”, detalha. Já no segundo livro, acrescenta, “além do Dr. Miguel Kiassekoka, os personagens não são directamente inspirados em pessoas que conheço pessoalmente. No entanto, incorporei na narrativa teorias e práticas de autores que estudei”.
Por outro lado, Glaucia realça a importância família ser o grande pilar onde busca apoio moral para as suas escritas.
“Minha família é um pilar incrível de apoio para os meus esforços de escrita. Desde o início, eles estiveram ao meu lado, encorajando-me nos desafios e celebrando as conquistas. O apoio deles não apenas me impulsiona, mas também é um reflexo da unidade que compartilhamos. Sinto-me especialmente abençoada por ser um dos membros da família que contribui para o orgulho associado ao nosso sobrenome”, enfatiza.