O CEO da Gemcorp Holdings Limited (GHL), Atanas Bostandjiev, garantiu nesta Quarta-feira, 13, em Luanda, estarem criadas todas as condições materiais, financeiras e humanas para a primeira refinaria de Cabinda entre em actividade no segundo semestre de 2024.
Falando à FORBES ÁFRICA LUSÓFONA, no quadro de várias entrevistas concedidas em separado a alguns órgãos de comunicação social – nacionais e estrangeiros –, Atanas Bostandjiev, pontualizou terem já neste momento na empreitada de construção da infra-estrutura todos os equipamentos fundamentais para a montagem.
“Temos um conjunto de tanques já construídos, temos a torre da CDU – Unidade de Desinstalação Atmosférica –, o que vai permitir que tenhamos o início da primeira fase de produção da refinaria do segundo semestre de 2024. Mas, hoje, o ponto de situação fundamental é que o investimento necessário para a construção da primeira fase está completamente garantido”, adiantou.
Nesta Quarta-feira, a Gemcorp anunciou, num comunicado conjunto com a Africa Finance Corporation (AFC) e o African Export-Import Bank (Afreximbank) ter concluído o pacote financeiro para a construção da primeira fase da refinaria de Cabinda, orçada em 473 milhões de dólares.
O montante, de acordo com a maior accionista do projecto, é financiado em 138 milhões de dólares com recursos já disponibilizados pelos sócios e em 335 milhões de dólares no formato de project financing, emprestados por um sindicato bancário liderado pela AFC, Afreximbank e um conjunto de instituições financeiras internacionais e locais, entre eles o Banco de Fomento Angola (BFA). Entretanto, Bostandjiev escusou-se em revelar com quanto é que cada instituição parte do sindicato bancário contribuirá, “por se tratar de uma informação, a partida, confidencial a que todos os envolvidos estão sujeitos a conservar”.
Na primeira fase, segundo avançou à FORBES o CEO da Gemcorp, serão produzidos e entregues ao mercado angolano gasóleo, Nafta, HFO – Heavy Fuel Oil, e jet fuel. “Com a primeira fase do projecto a refinaria de Cabinda vai processar 30.000 barris de petróleo bruto por dia, passando a atender 10% das necessidades dos derivados de petróleo refinado do mercado angolano, quota que passará para 20% depois de terminada a segunda fase, em que, além do gasóleo, Nafta, HFO e do jet fuel, serão também produzidos a gasolina e o LPG – Liquefied Petroleum Gas”, precisou.
Questionado se tem ideia de quanto o governo angolano passará a poupar com a entrada em funcionamento da refinaria de Cabinda, diz não poder estimar o valor, mas afirma não ter dúvidas de que com o contributo daquela infra-estrutura “haverá uma boa poupança ao nível das divisas que o país gasta para importar derivados de petróleo.
A refinaria de Cabinda está a ser implementada pela GHL em parceria com a Sonangol. O projecto abrangerá uma área total de 313 hectares, mas a primeira fase ocupará apenas 30 hectares. O terreno situa-se a cerca de 3,8 quilómetros de Malembo, comuna mais próxima da cidade de Cabinda.
Atanas Bostandjiev confirmou estarem a avaliar a possibilidade da construção de um polo petroquímico, na área adjacente à refinaria, tão logo se conclua a segunda fase do projecto.