O embaixador de Angola em Pequim, João Salvador, disse há dias que o Fundo de Cooperação e Desenvolvimento China-Países de Língua Portuguesa vai flexibilizar as regras de candidatura para promover mais parcerias entre empresas dos dois blocos.
João Salvador dos Santos disse aos jornalistas acreditar que a flexibilização dos critérios de acesso ao fundo vai produzir resultados mais tangíveis que beneficiarão a China e os países lusófonos.
O fundo de cooperação, no valor de quase mil milhões de euros, foi criado há quase dez anos pelo Banco de Desenvolvimento da China e pelo Fundo de Desenvolvimento Industrial e Comercial de Macau.
Após uma reunião entre diplomatas e a liderança do fundo na segunda-feira, 27, vai passar a haver um contacto directo entre os países e a gestão do fundo para discutir, de forma directa, projectos que sejam sustentáveis, disse o diplomata.
“Queremos projectos com rentabilidade para que possamos fazer recurso ao fundo e tornar o fundo sustentável. Queremos que o fundo dure ‘ad eternum’”, sublinhou, citado pela Lusa.
Segundo a página do fundo, a instituição, com sede em Macau, apoiou um investimento total de mais de 4 mil milhões de dólares de empresas chinesas em 20 projectos de países de língua portuguesa. A página do fundo dá como exemplo o Terminal de Contentores de Paranaguá, o maior da América do Sul, no sul do Brasil, e a barragem hidroelétrica de São Simão, também no sul do Brasil.
As empresas interessadas em obter apoio devem garantir um investimento mínimo de cinco milhões de dólares e o fundo apenas financia 20%, disse à Lusa em Maio de 2022 o presidente da Associação Comercial Internacional para os Mercados Lusófonos.