A Frente Popular, plataforma composta por várias organizações da sociedade civil guineense, desafiou o Presidente Umaro Sissoco Embaló a autorizar uma manifestação para avaliar a sua popularidade.
Sene Djassi, dirigente da Frente Popular, lançou o repto durante uma conferência de imprensa em Bissau, na qual criticou a proibição pela polícia de uma manifestação pacífica que planeavam realizar no passado sábado. “O aparato policial que vimos no dia 03 de Agosto até assusta. Era bom que a polícia estivesse assim mobilizada para proteger os cidadãos, garantir segurança, todos os dias”, declarou Djassi.
A Frente Popular, que reúne jovens, mulheres e sindicatos contrários ao regime do Presidente, quer ver autorizada uma manifestação em todo o território nacional, permitindo que os cidadãos expressem o seu apoio ou descontentamento com o governo. “Penso que seria uma oportunidade para que o Presidente veja se tem ou não possibilidades de fazer um segundo mandato”, sublinhou Djassi.
De acordo com a Lusa, a tentativa de manifestação, em colaboração com a União Nacional dos Trabalhadores da Guiné (UNTG), foi impedida pela polícia. Júlio Mendonça, secretário-geral da UNTG, lamentou o impedimento, salientando as dificuldades que os trabalhadores enfrentam. “Hoje na Guiné-Bissau não é fácil a um trabalhador público comprar um saco de arroz”, declarou Mendonça.
Armando Lona, coordenador da Frente Popular, considerou “incompreensível” a ação da polícia, especialmente após o Ministério do Interior ter recebido uma carta comunicando o evento. Lona garantiu que a Frente Popular “não vai desistir” e continuará a lutar pela “restauração da dignidade e da democracia” na Guiné-Bissau.