Angola deverá fechar 2021 a registar um ligeiro crescimento de 0,1% ajudado pela redução dos níveis de contágios da pandemia, além das políticas económica seguidas pelo Executivo, que têm contribuído na materialização dos programas públicos, de acordo com uma projecção do Fundo Monetários Internacional (FMI) tornada publica esta Quarta-feira, 23.
A projecção resulta de uma reunião do organismo de Bretton Woods que concluiu a revisão do Programa de Financiamento Ampliado (EFF, na sigla em inglês) de que Angola tinha solicitado em 2018. Com a finalização da revisão, o país habilita-se a absorver mais 748 milhões de dólares, montante que eleva para 4,5 mil milhões de dólares o total disponibilizado pelo Fundo ao abrigo do acordo.
“O Conselho de Administração do FMI completou hoje [Quarta-feira, 22] a sexta revisão do programa económico de Angola, apoiado por um Programa de Financiamento Ampliado, e concluiu as consultas ao abrigo do Artigo IV; a decisão da administração permite um desembolso imediato de cerca de 748 milhões de dólares, elevando o total disponibilizado ao abrigo do acordo para cerca de 4,5 mil milhões de dólares”, lê-se no comunicado tornado público.
Depois de melhorar a previsão de crescimento do país, que passou de uma recessão de 0,7% para um crescimento positivo de 0,1% este ano, o FMI considera que a economia de Angola está a regressar a um crescimento positivo, com o efeito da pandemia da Covid-19 a esbater-se.
Aquela instituição financeira entende que a ajudar está também a perspectiva política das autoridades que “continua sã”, além de que os responsáveis políticos continuam empenhados no seu plano de reformas no seguimento da conclusão do programa apoiado pelo Fundo.
A marcha do crescimento prosseguirá em 2022. Segundo o FMI, Angola deverá acelerar o seu crescimento económico para 2,9% em 2022, o que representa uma revisão em alta face aos 2,6% anteriormente previstos pelo organismo, bem como registará um crescimento médio de longo prazo em torno dos 4%, fundamentados pela implementação das reformas estruturais.
Por sua vez, a inflação, que se prevê que venha a atingir os 26% este ano, “deverá começar gradualmente a abrandar em 2022”, enquanto o rácio da dívida pública, que no ano passado estava nos 135,1%, poderá cair este ano para 95,9% e para 78,9% em 2022, ajudada não só pelo regresso ao crescimento económico, mas também pela valorização do kwanza durante o ano em curso.
“As políticas prudentes das autoridades angolanas contribuíram para fortalecer a estabilidade e a sustentabilidade ao abrigo do programa, apesar das difíceis condições económicas, ajudadas pela recente subida dos preços do petróleo, esta disciplina nas políticas e o compromisso com as reformas também começaram a melhorar o desempenho económico, colocando Angola no caminho da recuperação dos múltiplos choques e da recessão plurianual que sofreu”, conclui o FMI.