O Fundo Monetário Internacional (FMI) diz que Angola deve continuar a “melhorar a supervisão e a saúde do sector bancário” e recomenda ao Banco Nacional de Angola (BNA) que se prepare para “a resolução decisiva ou liquidação de bancos problemáticos”.
Na primeira avaliação do conselho executivo daquele organismo internacional após o programa de assistência financeira, onde a instituição revê em baixa o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do país, que deverá abrandar para 0,9% este ano face às previsões de 3,5% de Fevereiro, são avançadas também recomendações sobre o sector fiscal e financeiro.
“É necessário continuar a desenvolver esforços para reforçar a estabilidade financeira”, sublinha o FMI numa nota consultada pela Lusa, acrescentando que “as reformas prudenciais em curso deverão continuar a melhorar a supervisão e a saúde do sector bancário”.
Para salvaguardar a confiança do mercado e reduzir os riscos fiscais, o FMI recomenda que o fundo de garantia de depósitos reforce a sua capacidade financeira e operacional e que o BNA se prepare “para a resolução decisiva ou liquidação de bancos problemáticos, conforme necessário, protegendo apenas os pequenos depositantes”.
Entre os bancos problemáticos, que o FMI não identifica, poderá estar o Banco Económico (ex-BESA) que adotou um plano de recapitalização e reestruturação para o seu saneamento financeiro, mas que continua a necessitar de injecções de capital, pois encontra-se em falência técnica.
Manter o foco nas reformas estruturais de médio prazo é outra das recomendações que o FMI considera fundamental para Angola manter o crescimento face ao declínio da produção petrolífera.
“Reduzir a dependência do sector petrolífero é fundamental e deve continuar a ser o foco das autoridades a médio prazo, para reduzir as vulnerabilidades decorrentes do aumento da volatilidade deste sector”, realça ainda a instituição financeira.
O FMI pede a Angola “esforços contínuos” para reforçar a governação, melhoria do ambiente de negócios e promoção do investimento privado, orientados pelos planos de diversificação económica e políticas macroeconómicas e financeiras, no âmbito do novo Plano de Desenvolvimento Nacional (2023-27).