O Fundo Monetário Internacional (FMI) concluiu uma missão a Cabo Verde no âmbito da quinta avaliação do programa ao abrigo da Linha de Crédito Ampliada (ECF) e da segunda avaliação do Instrumento de Resiliência e Sustentabilidade (RSF). Durante os encontros, que ocorreram entre os dias 18 e 26 de novembro, foram discutidos o desempenho macroeconómico do país, a execução do Orçamento de Estado de 2024 e medidas relacionadas a concessões portuárias e aeroportuárias.
O programa ECF, iniciado em junho de 2022, visa fortalecer as finanças públicas, reduzir os riscos associados ao setor empresarial do Estado e modernizar o quadro da política monetária. Já o RSF, que começou em dezembro de 2023, apoia reformas climáticas e o aumento de financiamento privado para o clima. Durante esta missão, Cabo Verde cumpriu quase todos os critérios de desempenho qualitativos, com exceção das reservas internacionais brutas (RIB), para as quais o Banco de Cabo Verde adotou medidas corretivas.
As perspectivas económicas para 2024 são otimistas, com uma projeção de crescimento de 6%, inflação abaixo de 2%, redução do défice da balança corrente e uma trajetória descendente na relação dívida pública/PIB. No entanto, o FMI apontou riscos fiscais e climáticos, reforçando a necessidade de medidas estruturais e de financiamento concessional para manter a sustentabilidade da dívida e mitigar a vulnerabilidade a choques externos.
A conferência de imprensa de encerramento da missão, liderada pelo chefe da delegação do FMI, Justin Tyson, contou com a presença do Vice-Primeiro-Ministro e Ministro das Finanças, Olavo Correia. Ambos destacaram a resiliência da economia cabo-verdiana e a importância das reformas em curso para garantir a sustentabilidade a longo prazo.
Com a aprovação do Conselho de Administração do FMI nas próximas semanas, Cabo Verde poderá receber aproximadamente 9,32 milhões de dólares, fortalecendo a sua capacidade de implementar reformas e impulsionar o crescimento económico.
