O Fundo Monetário Internacional (FMI) defendeu, há dias, “ajustamentos ambiciosos e amigos do crescimento ao plano do Governo para cumprir as metas de médio prazo orçamentais e da dívida” em Angola, encorajando o aprofundamento das reformas.
As recomendações foram feitas no âmbito do Artigo IV, a análise anual da economia de Angola, ao abrigo da qual o FMI elogiou as reformas em curso e alertou para a necessidade de manter e aprofundar a mobilização da receita não-petrolífera e a gestão das finanças públicas para compensar as fragilidades estruturais do país.
“O conselho de administração do FMI vê com bons olhos o empenho das autoridades sobre as suas metas orçamentais e de dívida a médio prazo e defendeu ajustamentos ambiciosos e amigos do crescimento para cumprir essas metas”, lê-se num comunicado da instituição publicado no seu website.
No documento, o conselho do FMI recomenda uma mobilização acrescida da receita não-petrolífera, o fortalecimento da gestão da receita fiscal e das finanças públicas, bem como a reforma das empresas públicas. Para aquela instituição financeira internacional, esses esforços, juntamente com a racionalização da despesa, criarão o espaço orçamental necessário para o investimento público e para a despesa social direcionada.
A análise do Fundo surge na sequência da finalização do programa de ajustamento financeiro, que esteve em vigor até Dezembro de 2021, e mantém a previsão de crescimento da economia angolana de 3,5% este ano e de 4% a médio prazo, contrastando com as previsões menos optimistas da generalidade dos analistas, que estimam um abrandamento para cerca de 1% este ano.
*José Zangui