A delegação do Fundo Monetário Internacional (FMI) em Moçambique criticou, recentemente, a ideia de ambientalistas e de organizações internacionais que defendem a redução ou corte nos investimentos de gás naquele país, como forma de combater as emissões de gás.
Pela voz do seu representante local, Alexis Meyer-Cirkel, o organismo de Bretton Woods considera “pouco sensato” pensar em limitar o desenvolvimento dos projetos de gás do país. “Não me parece muito sensato esse movimento”, reagiu o responsável do Fundo no pais, na sequência de uma apresentação feita na Internet sobre as perspectivas económicas regionais daquela nação lusófona.
Entretanto, o representante do FMI em Moçambique reconhece que “as alterações climáticas têm efeitos negativos óbvios”, mas defende que a sua ligação ao consumo de combustíveis fósseis “é um problema para ser resolvido a nível global” e não à custa de um ou outro país”.
Para Alexis Meyer-Cirkel, Moçambique é um país que emite muito pouco carbono, proporcionalmente à população que ronda os 30 milhões de habitantes, isto em comparação com os restantes países no mundo. O quadro sénior do FMI entende que a transição para fontes renováveis vai levar algum tempo e que a mesma só pode ser feita com fontes não renováveis, pelo menos por um certo tempo.
Meyer-Cirkel referiu que “o gás de Moçambique é um gás razoavelmente limpo”, quando comparado com outras fontes não renováveis. “Acho que essa discussão, o impedimento de Moçambique desenvolver essa riqueza, penaliza desproporcionalmente um país que não tem contribuído como outros para a criação do problema e que é um país mais pobre”, sublinhou.
Moçambique começa a exportar a partir de 2022 gás natural liquefeito a partir da bacia do Rovuma, onde foram descobertas algumas das maiores reservas do mundo. Espera-se que o gás possa vir a desempenhar um papel fundamental na economia do país na próxima década.