O Fundo Monetário Internacional agravou esta semana a recessão estimada para o ano passado na Guiné Equatorial, para 8,8%, e avisou que só aprovará ajuda financeira depois de o país aplicar mais reformas económicas e aumentar a transparência.
“Depois da interrupção em 2022, a economia deverá voltar a entrar numa profunda recessão, com uma queda de 8,8% na actividade económica de 2023”, lê-se na análise anual que o FMI faz aos seus membros, ao abrigo do artigo IV, no qual piora a previsão de queda da economia, de 6,2% para 8,8% no ano passado e antevê nova queda este ano, de 5,5%.
“A Guiné Equatorial continua confrontada com um declínio contínuo da produção petrolífera e as perspetivas de curto e médio prazo são desafiantes, com a prevista de redução da produção de petróleo e um crescimento fraco na economia não petrolífera, devido a fraqueza estrutural subjacente”, acrescentam os técnicos do FMI, no documento citado pela Lusa.
Na apreciação do relatório feito pela equipa técnica que visitou o país nas últimas semanas, os directores do FMI concordaram com a avaliação e “exortaram o governo a fazer esforços imediatos para apoiar a estabilidade macroeconómica e financeira, reformas transformacionais para promover a diversificação económica e um avanço na agenda anticorrupção e de melhorias na governação, para garantir um crescimento sustentável”.
No documento, segundo a Lusa, a direcção do FMI deixa claro que as autoridades equato-guineenses pediram novamente ajuda financeira, mas o Fundo considera que um programa de ajustamento só pode ser aprovado depois da implementação das reformas e de melhorias no ambiente económico.
Desde 2014, a Guiné Equatorial tem estado quase sempre em recessão económica, interrompendo apenas por um ano no final da década passada, e novamente em 2022, quando cresceu 3,2%.
Até 2028, o Fundo estima que este país africano, membro da CPLP, esteja sempre ‘no vermelho’, com excepção para o próximo ano, em que deverá crescer 3,7%, uma expansão anulada logo em 2026, quando a economia deverá contrair-se 4,1%, de acordo com as previsões agora actualizadas.