A moeda angolana, o kwanza, deverá apreciar 15,1% este ano, com um dólar a valer 514,39 kwanzas, ajudada por uma forte recuperação do sector do comércio nos 12 meses do ano passado, de acordo com uma previsão da Fitch Solutions, enviada aos investidores dos mercados financeiros internacionais.
Depois de já ter projectado uma expansão de 2,1% na economia angolana, a consultora de serviços financeiros aponta para um kwanza mais forte este ano, dando a cada dólar dos Estados Unidos uma cotação de 514,39 kwanzas, além de que vai registar melhoria face às moedas de outras praças financeiras africanas.
“Antevemos que o kwanza vá apreciar-se 15,1%, em média, para 514,39 kwanzas por dólar em 2022, depois de um forte desempenho em 2021”, lê-se numa análise à evolução das principais moedas africanas no ano passado e neste ano, citada pela Lusa.
Até à tarde desta Segunda-feira, 24, os bancos ‘despachavam’ cada dólar a 529,89 kwanzas. Assim, e se contarmos com a taxa dessa data, estamos já diante de uma apreciação de quase 3%, o que vai subindo em função da recuperação ou evolução da actividade económica nacional.
No relatório, os peritos da Fitch destacam que, “apesar de a produção de petróleo ter continuado a cair durante 2021, os melhoramentos em termos de comércio, num contexto de subida dos preços do petróleo, resultaram numa apreciação da moeda, particularmente no último trimestre do ano passado”.
Paralelamente à previsão do mercado cambial, os analistas Fitch não deixaram de fazer apontamentos em relação ao sector petrolífero. Sobre o mercado das commodities, a Fitch avança que também antevê uma produção interna de petróleo a crescer nos 4,4% este ano, depois de cinco anos de declínio, aumentando ainda mais a procura por kwanzas.
Se Angola regista uma apreciação da sua moeda, as congéneres da região Subsariana, de que faz parte, não acompanha o mesmo ritmo. Segundo a agência de notação, as economias desse bloco económico deverão registar uma “moderada tendência de depreciação em 2022”, apontando que o fortalecimento do dólar, particularmente no segundo semestre, “vai colocar uma pressão descendente em todas a moedas da região a curto prazo”.