A agência de notação financeira Fitch elevou o rating de Moçambique de “CCC” para “CCC⁺”, aliviando a perspectiva de risco na concessão de crédito ao país, revela uma nota da instituição, divulgada por uma fonte do Governo a que a Lusa teve acesso.
“As restrições de financiamento a Moçambique diminuíram substancialmente com o acordo de crédito de 456 milhões de dólares, com o Fundo Monetário Internacional (FMI)”, escreve a Fitch na nota, revelando ainda a previsão de uma aceleração do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de Moçambique para 7,7% em 2024, mantendo-se alto até 2026.
A expectativa da Fitch é de que o acordo com o FMI possa trazer outras formas de financiamento concessional de parceiros multilaterais, incluindo o Banco Mundial, após anos de acesso restrito a fontes externas de financiamento após o escândalo das dívidas ocultas de 2016.
“Esperamos que o programa do FMI sirva como uma âncora política para a consolidação fiscal gradual e o fortalecimento da capacidade institucional, fornecendo suporte adicional para a redução da dívida”, revela o documento da agência de notação financeira.
Embora a sua classificação tenha sido elevada, Moçambique continua no nível de “risco substancial” e tem por resolver “fragilidades estruturais, riscos de segurança” – nomeadamente em Cabo Delgado – e vulnerabilidades a fenómenos atmosféricos extremos, acrescenta a Fitch.