O FESC-KIANDA é o primeiro festival internacional de cinema que premeia as curta-metragens produzidas de Janeiro à Novembro de cada ano. O evento, de periodicidade anual, insere-se nas festividades de Luanda, que completa no próximo dia 25 445 anos desde que foi elevada a categoria de cidade.
Em entrevista à FORBES, a propósito do evento, o porta-voz do festival, Simão Paulino, explica que o principal objectivo do certame é criar intercâmbio entre os cineastas da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), assim como incentivar a produção nacional e a promoção dos filmes.
O FESC-KIANDA, refere o responsável, “por ser actualmente o único festival do género a acontecer na CPLP”, surgiu para dar maior visibilidade aos trabalhos dos profissionais da área. O evento vai contar com alguns workshops, palestras, debates e mesas redondas sobre o estado do cinema, como a unificação da classe, a qualidade dos filmes em Angola, a importância da pós-produção, o cinema e o seu crescimento em Angola, entre outros.
“O festival vai dar oportunidade à estudantes e profissionais de demostrarem as suas capacidades técnicas e profissionais e vai servir de barómetro para debater sobre as diversas questões cinematográficos”, acrescentou.
Simão Paulino, garantiu que neste momento, 24 filmes concorrem ao prémio de melhor do Festival Internacional de Curta-metragem da Kianda, 13 dos quais angolanos, como são os casos do “o Agente Secreto”, “a Testemunha” e “Loanda Luanda Eleições Autárquicas”, só para citar alguns.
Referindo-se ao Estado actual do cinema em Angola, o também actor admitiu existe alguma qualidade, mais ainda assim, olha com alguma tristeza para o cinema no país, tendo em conta a falta de apoio das autoridades governamentais competentes. “É urgente a mudança deste paradigma”, apelou. Para Simão, entre outros aspectos, é preciso, em primeiro lugar, ver o lado sensível das pessoas, dos decisores e depois pensar na melhoria de tudo.
Neste período, em que o país e o mundo estão a braços com a pandemia da Covid-19, o porta-voz do FESC-KIANDA considera que o cinema está asfixiado. “Estamos apenas a fazer de contas que somos resilientes”, diz. O actor apontou como principais dificuldades a falta de meios técnicos, humanos, financeiros e de infra-estruturas.
Nesta 2ª edição e pela primeira vez, será homenageada a cineasta angolana, Maria João Ganga, autora e realizadora do filme Na Cidade Vazia. O evento vai contar com a participação de 50 pessoas, entre realizadores, profissionais de cinema, estudantes e cinéfilos, representantes dos Ministérios da Cultura, Educação e outras individualidade.