No total são 16 grupos infantis que abrem, às 16h00 deste Sábado, na Marginal da Praia do Bispo, em Luanda, as cortinas para os desfiles competitivos da edição 2023 do Carnaval de Luanda.
Este ano a festa popular é realizada sob o lema “Carnaval de Angola: expressão de identidade e diversidade” e o pontapé de saída na capital cabe às crianças.
As entradas do público para os desfiles competitivo das classes C, infantil, e B, adultos, serão gratuitas. Quanto aos ingressos do desfile do acto central, classe A, o governador de Luanda orientou para que fossem comercializados ao preço de 500 kwanzas (quase 1 USD), constituindo uma redução do preço inicial na ordem dos 50%.
“Esperemos que essa redução do preço permita uma maior enchente nesta que é a grande festa do povo, em função também daquilo que é a perspectiva e os anseios de não termos dançado o carnaval de forma presencial nos últimos dois anos”, afirmou Manuel Homem.
Por sua vez, o vice-governador de Luanda para o Sector Político e Social, Manuel Gonçalves, avançou que para esta edição estima-se ter um total de 15 mil pessoas sentadas nas arquibancadas.
Para esta edição 2023 estão confirmadas, em Luanda, participações de cerca de 34 grupos, sendo 13 na classe A, cinco na classe B e 16 na classe infantil.
Este ano houve um incremento de 50% nos subsídios dos grupos, entretanto considerado irrisório. Para os adultos, os subsídios da classe A rondam os 2 milhões de kwanzas (perto de 4 mil USD); classe B, 1,5 milhões de kwanzas (cerca de 3 mil USD), ao passo que para a classe C, dos infantis, a organização disponibilizou 1 milhão de kwanzas (2 mil USD).
“Houve um aumento em relação ao que se recebiam nas edições passadas, disse Manuel Gonçalves, que é também o coordenador da presente edição do carnaval, salientando que “este aumento ajudou um pouco as agremiações”.
Quanto a prémios, o vencedor da classe A, edição 2023, vai receber cinco milhões de kwanzas (9,8 mil USD), valor que Manuel Gonçalves reconhece não ser ainda satisfatório de acordo aos anseios dos grupos.
“Nós queríamos acrescer esse valor, no mínimo a dez milhões de kwanzas, mas as condições financeiras não nos permitem e gradualmente vamos fazer esses acréscimos”, garantiu.
Apoio considerado “insuficiente”
De acordo com o presidente da Associação Provincial do Carnaval de Luanda (APROCAL), Tany Narciso, o valor disponibilizado não é suficiente e nem sequer cobrem as despesas, mas não se pode exigir mais.
Nalguns casos, como o Sambizanga, a logística alimentar dos grupos foi suportada pela administração local.
O desfile de hoje opõe crónicos candidatos, ou seja, vencedores de edições passadas contra emblemáticos e emergentes grupos que procuram pelo título desde a sua formação.
Nova geração assegura continuidade do Carnaval em Angola
São netos e filhos de percursores que, mesmo sem dinheiro, “brincam com paixão” ao Carnaval neste Sábado, na nova Marginal de Luanda.
No que diz respeito a segurança sanitária, Tany narciso assegurou que todos membros dos grupos foram antes vacinados com três doses de vacinas contra a Covid-19.
“Estou satisfeito por ver uma classe de jovens a emergir, muito deles, netos e filhos de emblemáticos nomes marcantes do Carnaval angolano”, referiu o presidente da APROCAL.
*José Zangui