O Fundo das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) disponibilizou 6,9 milhões de dólares para financiar em Angola dois projectos no domínio da Gestão Sustentável de Terras e Agroecologia, no quadro da “Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável”.
Os referidos projectos serão implementados nos próximos quatro anos pela FAO, em parceria com diversas instituições nacionais, e acabam de ser oficialmente lançados esta semana na província do Huambo, em acto testemunhado pelo ministro da Cultura, Turismo e Ambiente, Jomo Fortunato, pela representante daquela organização da ONU, Gherda Barreto, e pela governadora local, Lotti Nolika,
Tratam-se dos projectos “Gestão Sustentável de Terras na Região Central de Angola (ZAEC)” e “Integração das Alterações Climáticas na Gestão Ambiental e Uso Sustentável da Terra (ICE-SLM)”, ambos financiados pelo Fundo Global do Ambiente, entidade adstrita a FAO.
O projecto ZAEC está orçado em 2,6 milhões de dólares e será implementado em parceria com o Centro de Ecologia Tropical e Alterações Climáticas (CETAC), prevendo-se que venha a beneficiar de forma directa 1.500 pessoas e indirectamente 1,5 milhões de pessoas, nas províncias do Huambo e Benguela, segundo refere um comunicado enviado à FORBES.
O objectivo do referido projecto [ZAEC], lê-se no documento, é engendrar acções de regeneração de 14 mil hectares de cobertura vegetal, elaboração de 10 planos de Gestão Sustentável de Terras com o envolvimento de 450 beneficiários, 40% dos quais mulheres, em aproximadamente 14 comunidades das referidas províncias [Huambo e Benguela], formar e capacitar profissionais através de um programa específico sobre a matéria.
Já o projecto ICE-SLM, avaliado em 4,3 milhões de dólares, contará com o apoio da FAO na implementação da componente de promoção de práticas sustentáveis de gestão de terras nos quatro centros agroecológicos, localizados nas províncias de Cabinda, Huambo, Namibe e Cuando Cubango.
Este segundo projecto pretende beneficiar 22.500 agricultores, entre os quais pelo menos 30% serão mulheres, através de 80 escolas de campo (20 em cada província), que irão implementar medidas de gestão sustentável de terras em 15.000 hectares, sendo que o propósito é introduzir técnicas de adaptação às alterações climáticas e criar as condições necessárias para melhorar a resiliência dos meios de subsistência das populações rurais.
“É inseparável a urgência de erradicar a fome, enfrentar os desafios climáticos, construir a resiliência da comunidade e gerir de forma responsável os recursos naturais e a rica biodiversidade”, referiu Gherda Barreto, na cerimónia que marcou o lançamento dos projectos.
A funcionária sénior da FAO defende que o cumprimento da “Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável” exige uma transformação fundamental dos sistemas alimentares angolanos para que sejam sustentáveis, resilientes e climaticamente adaptados.
O novo quadro estratégico do Fundo das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura foi assinado em Dezembro de 2020 com o Governo de Angola para apoiar a realização da Agenda 2030.