As exportações de algodão em Moçambique recuaram 18,5 milhões de dólares em termos homólogos, rendendo apenas 7,6 milhões de dólares na primeira metade do ano. O rendimento, segundo o banco central do país, gerou uma queda de 71% face ao mesmo período de 2023, quando se cifrou nos 26,1 milhões de dólares exportados nos primeiros seis meses.
O Banco de Moçambique aponta num relatório que o comportamento é explicado pela queda de 4,5% no preço médio da fibra de algodão no mercado internacional, num contexto em que o volume exportado aumentou 36,2%.
De acordo com dados avançados em Maio pelo presidente da Associação Algodoeira de Moçambique (AAM), Francisco Ferreira dos Santos, o algodão no país representou uma média anual de 30 a 50 milhões de dólares em exportações nos últimos dez anos, sendo uma cultura tida como essencial: “Tem uma cadeia de valor enorme (…) é uma cultura quase que sagrada, com efeitos catalisador na economia e na demografia”.
O Governo moçambicano atribuiu um subsídio para a compra de algodão de cinco meticais (sete cêntimos) por quilograma na actual campanha, estabilizando preços e beneficiando 600 mil agricultores, além de incentivar uma “cultura de confiança”, anunciou em Maio o ministro da tutela.
“Esta estabilização de preço e este subsídio que estamos a aprovar vai tocar cerca de 100 mil famílias. Estamos a falar de um universo de 600 mil pessoas que vão ter o seu rendimento estabilizado”, disse o ministro da Agricultura e Desenvolvimento Rural de Moçambique, Celso Correia, citado pela Lusa.
*Napiri Lufánia