Recém empossado, o actual Chefe do Governo, Américo D’ Oliveira Ramos falou em exclusivo para a Forbes África Lusófona.
Economista de formação, Américo Ramos, ocupou funções de Ministro das Finanças em dois governos, sendo que o seu último cargo foi o de Governador do Banco Central de São Tomé e Príncipe .
Uma nomeação envolta em alguma tensão, que contrasta com a serenidade das respostas do Primeiro Ministro do XIX Governo de STP.
Quais são as suas grandes metas ao assumir o governo?
Os eixos estratégicos da governação são: fortalecimento da governança e proximidade; Estímulo ao desenvolvimento económico sustentável; Promoção da justiça social e inclusão; Reforma e modernização da Administração ; integração regional e diplomacia positiva.
Herda parte do elenco de Patrice Trovoada. Não seria melhor ter criado o seu próprio governo?
Não se trata de um elenco herdado do anterior Governo. Trata-se sim, de um novo elenco, no entanto a escolha recaiu nesses quadros com valências e capacidades já demonstradas nos diversos sectores. Alguns, transitam do anterior Governo justamente por serem quadros e dirigentes do partido Ação Democrática Independentemente, (ADI).
E aproveitamos para questionar, como estão as relações com o líder do ADI?
O Presidente do ADI encontra-se ausente. Neste momento, não tenho contacto com o próprio. Mas, mantenho contacto permanente com o Partido através do vice-presidente, e os diversos militantes que têm manifestado apoio ao Governo. Eu sou militante do partido e fui secretário-geral, logo, conheço bem os seus estatutos e segundo esta bíblia que nos rege partidariamente, cabe ao vice-presidente representar o partido na ausência ou impedimento do Presidente.
Durante todo este processo, teve em contacto próximo com o Presidente da República. O que pode partilhar das vossas conversas?
Com sua excelência o senhor Presidente da República asseguro – vos e partilho que tenho tido conversas francas, na base de lealdade institucional e na partilha de visão estratégica no que concerne ao presente e ao futuro do país.
Como vislumbra o seu mandato, algo simples, complexo ou com interferências externas ?
Um pouco de tudo. Simples na medida que sentimos que o povo acredita, deposita confiança e esperança neste Governo. Por outro lado, não gostaria de usar o termo “complexo” mas, sim “desafiante”. Temos que admitir de forma corajosa que temos vários e grandes desafios internos que contrasta com a conjuntura internacional. E a dependência externa coloca-nos em posição de grandes desafios.
O que é que os sãotomenses podem esperar da liderança de Américo Ramos ?
Um Primeiro Ministro que não poupará esforços, tempo e saber para responder positivamente às necessidades e expectativas do povo São-Tomense, não obstante a pressão que nos é colocada quanto à urgência de apresentar algumas realizações em face do tempo disponível. Esse tempo que nos separa entre hoje e as próximas eleições (2026).
Tem alguma declaração a deixar depois das declarações do Líder do ADI?
Nenhum.