Nina Silva, CEO e uma das fundadoras do Movimento Black Money e da fintech D’Black Bank, esteve em Marrocos durante aquele que foi o maior sismo dos últimos 120 anos no país.
Em contacto telefónico com a Forbes, a activista respondeu a algumas perguntas a poucas horas de sair do país onde esteve a propósito do Desert Women Summit, na cidade de Arfoud.
Como tiveram conhecimento do sismo?
Estávamos numa celebração a propósito do Desert Women Summit quando sentimos alguns tremores. Quem estava sentado ou deitado sentiu mais e quem estava nos quartos do hotel viu, inclusive, as roupas, a baloiçar. Seguiu-se algum alvoroço e apercebemo-nos pela internet que houve um terramoto em Marraquexe. Nós estávamos em Arfoud, cidade a leste de Marraquexe e mais próxima da Argélia, portanto estávamos algo distantes, sentimos a tremer de forma branda, pensamos que não tinha sido de magnitude tão alta. Fui para o quarto, fiquei apreensiva, de madrugada fui lendo as notícias e fiquei muito surpresa, triste e preocupada. Aqui não houve mortes nem danos estruturais.
Como está o clima entre as pessoas?
As pessoas estão assustadas, mas a tentar viver normalmente. Os hotéis estão abarrotados. Já sai da cidade e vim para Marraquexe para fazer a conexão, já passei pelos três aeroportos marroquinos hoje. Estão normalizados, mas os voos estão cheios. O meu para Paris está completamente cheio. A caminho do aeroporto, passámos de transfer por parte da cidade e vimos muito movimento, estão a limpar os espaços destruídos, a trocar iluminações, a refazer as ruas, tem muitos trabalhadores a movimentarem-se.
Do teu sentir, o que se pode fazer para ajudar?
Bom, o governo de Marrocos aceitou a ajuda de quatro governos, nomeadamente do Catar, Grã Bretanha, Espanha e Emirados Árabes Unidos.
Tenho percebido que as pessoas podem ajudar através de campanhas de doações. Procurar instituições que já tenham contacto com o país, é mais fácil e rápido, pois já têm essa experiência em filantropia.
A propósito, o Brasil também está a sofrer com as alterações climáticas…
Sim, aproveito esta oportunidade para chamar a atenção do Brasil que está a passar por um momento trágico em relação ao clima. Falo da região do Rio Grande do Sul por onde passou um ciclone que deixou 50 vítimas e uma preocupação muito grande. É urgente que se cuide do nosso planeta, restaure, é preciso engajamento e compromisso com as directrizes da ONU, tanto a nível das pessoas como instituições e empresas.
Precisamos de travar este consumo exagerado, para que tenhamos um planeta para viver e dar aos nossos filhos e netos.
Não vamos tomar mais tempo, pois tens um avião para apanhar, apenas uma palavra sobre o Desert Women Summit…
Estou em Marrocos há uma semana numa atividade de mulheres brasileiras no deserto, Estiveram especialistas de várias áreas, desde saúde mental, empreendedorismo e politicas públicas a reflectir juntas sobre outro tema importante: a equidade do género..
De acordo com o último balanço do governo marroquino, durante a noite de sábado, registam-se, até ao momento, 2681 vítimas mortais e 2059 feridos contabilizados, 1404 desses em “estado crítico”.