Um estudo liderado por um professor da Universidade de Cabo Verde (Uni-CV) concluiu que a captura de pescado no país é elevada e recomendou a redução em 9%, para garantir a sustentabilidade do sector.
“O risco é a sobre-exploração do sector e isso não é bom para a sustentabilidade biológica da pesca”, alertou João Brito, docente e investigador da Uni-CV, que liderou o estudo, em colaboração com dois professores da Universidade de Akureyri, da Islândia.
Realizado em 2023 e publicado agora na “Ocean & Coastal Management”, principal revista internacional dedicado ao estudo de todos os aspectos da gestão oceânica e costeira, o estudo analisa o nível de sustentabilidade biológica e económica da pesca em Cabo Verde.
Com base em dados de esforço e colheita de 1993 a 2021, estimou que os estoques de peixe no arquipélago variam entre 32.000 e 41.000 toneladas, e o peixe fresco representa uma “fonte significativa “de proteína animal para a população cabo-verdiana.
A investigação, diz a Lusa, constatou que em 2021 o esforço de pesca, ou seja, os dias que os barcos passam no mar, e os níveis de colheita (quantidade de pescado) excederam os valores recomendados para o rendimento máximo sustentável.
Por isso, aconselhou a redução do esforço de pesca em 17% e da colheita em 9%, para garantir a sustentabilidade biológica e o crescimento deste setor, que contribui para mais de 80% das exportações.