O Ministro da Economia e Planeamento de Angola, Mário Caetano João, afirmou há dias, em Luanda, que a estrutura de financiamento do país prevê cerca de 90 mil milhões de dólares até 2050.
O governante, que falava durante uma mesa-redonda que se debruçou sobre a estratégia de longo prazo do Executivo, explicou que 30% do financiamento previsto virá do Orçamento Geral do Estado (OGE), 48,3% do Investimento Directo Estrangeiro para o sector não-petrolífero, 10,3% da banca comercial, 10,9% do Investimento Directo Estrangeiro para o sector petrolífero e 0,5% da poupança das famílias.
Mário Caetano João indicou que o Plano de Desenvolvimento Nacional (PDN) é o instrumento de planeamento que levará à materialização da estratégia de longo prazo. “Tem [o PDN] a duração de cinco anos, tem as principais primícias do programa do Governo, a estratégia de longo prazo, planos de desenvolvimentos sectoriais, planos de desenvolvimento provinciais e os demais compromissos assumidos pelo Governo junto com as organizações internacionais”, realçou.
O objectivo, frisou, é que os projectos implementados respondam como vão impactar a juventude. O governante advogou ser imperioso “deixar de olhar apenas para o Ministério da Juventude como único responsável pelos jovens. Para Caetano João, todos os Ministérios, instituições públicas e privadas devem dar resposta de como impactar a juventude.
“O PDN traz sete filtros de desenvolvimento para juventude: impactar a igualdade de género, sustentabilidade ambiental, emprego, comunidades vulneráveis, órfãos, viúvas e pessoas com deficiências têm de ser trazidas para todas as equações do PDN e, acima de tudo, melhorar o plano de negócio”, disse o Ministro.
O responsável pelo pelouro da Economia e Planeamento de Angola indicou ainda que cerca de 50% do financiamento à economia está a ser resolvido. “Devemos alterar o paradigma de financiamento da nossa economia, saindo um pouco do sector petrolífero, que é hoje responsável por cerca de 60% do financiamento do OGE, e olhar para o sector não-petrolífero e como vão ajudar-nos a olhar a base tributária e assim trazer mais receitas para o Estado”, defendeu.
Prevê-se que nos próximos anos a população angolana cresça dos actuais 33 milhões de habitantes para os 38 milhões em 2027. “Isso corresponde a uma taxa de crescimento que se aproxima a 3% anual e uma taxa de 3,3% do PIB, que deverá sair dos 53 bilhões de kwanzas para 62 bilhões de kwanzas”, projectou Mário Caetano João, acrescentando que o sector petrolífero pode posicionar em cerca de 20% do produto Interno Bruto (PIB) no final de 2027.
A mesa-redonda antecedeu a Gala de Responsabilidade Social organizada pela Associação Angolana das Empresas Prestadoras de Serviços à Indústria Petrolífera Angolana, que contou com a presença do antigo primeiro-ministro de Portugal, Paulo Portas, do ministro dos recursos Minerais, Petróleo e Gás de Angola, Diamantino Azevedo, além do ministro da Economia e Planeamento, Mário Caetano, bem como vários gestores e executivos do tecido empresarial angolano.
*Napiri Lufánia