O Estado cabo-verdiano deu aval para dois empréstimos de 6,4 milhões de euros à Sociedade de Desenvolvimento Turístico das Ilhas de Boa Vista e Maio (SDTIBM) para ajustar contas de tesouraria, segundo o Conselhos de Ministros.
Numa resolução publicada em Boletim Oficial, o Governo lembrou que em Março de 2020 concedeu um aval à SDTIBM para contrair um empréstimo junto à banca para a realização de investimentos na infra-estruturação das Zonas de Desenvolvimento Turístico Integral (ZDTI).
Entretanto, a sociedade registou “constrangimentos” no funcionamento da sua tesouraria, em consequência dos impactos da crise pandémica internacional, que afectou fortemente o seu sector de actividade, e dos efeitos da guerra na Ucrânia, que provocou irregularidades ao nível da entrada das receitas previstas.
Neste sentido, “teve a necessidade de ajustar os fluxos financeiros da sua tesouraria à situação actual, recorrendo à reestruturação do crédito junto do BCN, para uma melhor gestão desta fase de transição gradual para a sua retoma económica e financeira”, pode ler-se no documento, citado pela Lusa.
“Nesta sequência, o banco credor aprovou a reestruturação do crédito no montante total de 390 milhões de escudos (3,5 milhões de euros), por um prazo adicional de trezentos e sessenta dias, solicitando como garantia o aval do Estado”, lê-se na resolução, cuja operação tem um prazo de 192 meses.
“Neste contexto e considerando a importância da Sociedade ao nível do sector turístico que é uma área relevante para a economia nacional, o Estado de Cabo Verde, enquanto accionista, reconhece a manifesta relevância em apoiar a SDTIBM no desenvolvimento das suas actividades e no cumprimento das suas obrigações, através da renovação deste aval”, prosseguiu.
Numa outra resolução, o Governo autoriza a Direção Geral do Tesouro a conceder um aval à SDTIBM para garantia do empréstimo bancário junto do Banco Panafricano Ecobank Cabo Verde no valor de 318,4 milhões de escudos (2,8 milhões de euros).
Com um prazo de 12 meses, nesta operação é referido que a tesouraria da sociedade foi “fortemente impactada” pela crise da pandemia da covid-19, devido aos sucessivos incumprimentos dos seus clientes.