Após alguns anos a trabalhar na cozinha de um famoso restaurante, Ljubomir Stanisic decidiu ter a sua própria cozinha. Com conhecimento no sector à qual se juntava o do sócio José Avillez, e potenciais clientes em carteira, estavam reunidos os ingredientes para uma receita de sucesso. Porém, bastaram pouco mais de oito meses para que o restaurante fundado pelos dois chefs deixasse de servir. O fim do projecto de Stanisic e de Avillez não é caso único, no mundo da restauração e, muito menos, nos negócios. Só no ano passado, entre insolvências e encerramentos de empresas, foram mais de 20 mil casos.
“Correu mal, embora tivesse tudo para correr bem. Acho que se deveu sobretudo à minha inexperiência na gestão financeira de uma cozinha, que me levou a deixar que fossem outras pessoas, também inexperientes, a tratar das contas. Claro que o dinheiro desapareceu…”, conta o chef. Anos mais tarde, depois de terem seguido caminhos individuais, ambos os chefs têm estabelecimentos no topo das principais listas de restaurantes de luxo da capital portuguesa.
Num país onde o falhanço empresarial ainda é um estigma, a FORBES foi falar com empreendedores que o enfrentaram e contam, na primeira pessoa, o que aprenderam.
Devido à conjuntura económica favorável, os últimos anos foram propícios a um ímpeto de empreendedorismo sem precedentes na história recente do país. De acordo com os dados da Informa
DB, só no ano passado foram criadas 45191 empresas, um valor que, além de representar um aumento superior a 10% face a 2017, é o mais elevado desde que há dados. Porém, contra a corrente, o número de companhias que encerraram aumentou 18,6%. No entanto, por estranho que pareça, é normal e até pode ser bom.
Arriscaram, caíram, “lavaram as feridas” e estão de volta para vingar no mundo dos negócios. Num país onde o falhanço empresarial ainda é um estigma, a FORBES foi falar com empreendedores que o enfrentaram e contam, na primeira pessoa, o que aprenderam e o que estão a fazer de diferente para desta vez levar o negócio a bom porto. Conheça os casos da Lagos Sports de João Lagos, da Kinematics, da Bioalvo e da Topdox – para além do de Ljubomir – na edição de Março, nas bancas.