Os cidadãos da Guiné-Equatorial votam neste Domingo, 20, para a eleição do Presidente da República, onde o actual líder do país, Teodoro Obiang, que concorre pela sexta vez, é favorito a reeleição para mais um mandato de sete anos.
As eleições presidenciais deste Domingo coincidem com as legislativas, senatoriais e municipais – o que constitui uma infração à Constituição equato-guineense, que exclui a realização simultânea das presidenciais com outros plebiscitos, segundo especialistas, que veem também a antecipação das presidenciais, inicialmente previstas para Abril do próximo; como outra violação da Carta Magna do país.
Para as presentes eleições, um total de 427.661 cidadãos, de uma população de 1,45 milhões de habitantes, dispõe de cartão de eleitor. Entre as opções para a Presidência da República, os eleitores têm três candidatos. Com Teodoro Obiang – líder do Partido Democrático da Guiné Equatorial (PDGE), actualmente com 80 anos de idade e que governa o país desde 1979 –, concorrem Andrès Esono Ondo, presidente do Partido da Convergência para a Democracia Social (CPDS), o único da oposição que não está proibido, e o líder do Partido da Coligação Social Democrática (PCSD), Buenaventura Monsuy Asumu, um senador e aliado crónico de Obiang, que concorre contra o Presidente pela quinta vez.
Além de elegerem o Presidente da República, os equato-guineenses vão votar também o partido para ocupar os 100 assentos na câmara baixa do Parlamento em Malabo (99 dos quais actualmente reservados ao Partido Democrático da Guiné Equatorial (PDGE), parte do senado (cujos 70 assentos são ocupados pelo PDGE), e os dirigentes dos 37 municípios do país.
Teodoro Obiang governa com Guiné-Equatorial, país rico em petróleo, há cerca de 43 anos, na sequência de um golpe de Estado em que derrubou o seu tio e ditador sanguinário Francisco Macias Nguema, o que lhe coloca na posição de Presidente há mais tempo no poder em todo o mundo.
A Guiné Equatorial aderiu à Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) em 2014, mediante alguns compromissos, como a abolição da pena de morte – formalizada em Setembro passado -, a introdução do português e maior abertura democrática.
A Nação é o país africano com o maior Produto Interno Bruto (PIB) per capita, e o terceiro maior exportador de petróleo do continente, mas a maior parte da sua riqueza continua concentrada nas mãos de poucas famílias, entre as quais, à cabeça e de longe, as da família Obiang Nguema.
De acordo com as Nações Unidas, menos de metade da população tem acesso a água potável e 20% das crianças morre antes de completar 5 anos.
O país ocupa a 145.ª posição no mais recente Índice de Desenvolvimento Humano da Organização das Nações Unidas relativo a 2021, e mais de 80% da população vive abaixo do limiar de pobreza, numa situação ainda mais degradada por efeito da queda das receitas petrolíferas a partir de 2014, da pandemia da Covid-19 e devido às consequências económicas da guerra na Ucrânia.