A petrolífera ENI está a discutir a possibilidade de cultivar para produzir biocombustíveis em Moçambique, anunciou há dias o director executivo da empresa, Claudio Descalzi, durante uma visita a Maputo.
A ideia, de acordo com o responsável, segue o exemplo de discussões semelhantes da ENI com outros países africanos “em terrenos que não sejam usados para agricultura de produção alimentar”, tendo apontado a mamona como um dos frutos que poderá ser usado para produzir biocombustíveis em terrenos marginais.
Descalzi falava após um encontro com o Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, que assinalou a retoma das reuniões presenciais entre as partes após as restrições impostas pela Covid-19.
Segundo a agência Lusa, durante o encontro foram ainda abordadas outras estratégias para sequestro de carbono, que visam compensar os projectos da ENI de exploração de gás em Moçambique. Recorde-se que a petrolífera italiana faz parte do consórcio da área 4 da bacia do Rovuma, ao largo de Cabo Delgado.
O director executivo da petrolífera italiana confirmou que as reservas daquela área vão começar a ser exploradas a partir do primeiro semestre de 2022. De acordo com a Lusa, os poços que vão alimentar o projecto estão perfurados e a plataforma flutuante Coral Sul deverá sair em breve dos estaleiros na Coreia do Sul, rumo a Moçambique. Esta será a primeira unidade de exploração das reservas do Rovuma, classificadas entre as maiores do mundo.
A ENI, indica a agência de notícias portuguesa, deverá ainda iniciar em meados de 2022 actividades de prospeção ao largo de Angoche, centro de Moçambique.