A Empresa Nacional de Diamantes de Angola (ENDIAMA) já não vai produzir 13,8 milhões de quilates de diamantes este ano, nem mesmo encaixar os quase dois mil milhões de dólares com a venda desse produto, pelo que estima atingir apenas 10,5 milhões de quilates devido ao contexto de crise mundial.
As previsões em baixa das operações da ENDIAMA foram avançadas, esta segunda-feira, 17, pelo seu presidente do conselho de administração, José Ganga Júnior, para quem as projecções são “bastantes conservadoras”.
Assim, a entidade que gere e controla as operações de exploração e venda das pedras preciosas no país só deverá já produzir, até ao último dia de 2022, um volume que fica 24% abaixo das metas inicialmente previstas. Ou seja, se o país contava facturar 13,8 milhões de quilates, este produto só deverá já rondar os 10 milhões.
Com uma produção abaixo da meta, agora a empresa só poderá já apresentar ao Estado um total em dinheiro avaliado em 1,4 mil milhões de dólares, muito abaixo do inicialmente previsto.
A Endiama previu inicialmente produzir este ano 13,8 milhões de quilates de diamantes e ter proveitos na ordem dos 1,9 mil milhões de dólares (1,6 mil milhões de euros), mas devido ao “actual contexto e os preços do mercado” a empresa “corrigiu” as projeções iniciais.
“As informações que temos hoje, no que se refere no domínio dos diamantes apontam para uma certa contracção em termos de preços, daí que preferimos ser um bocado conservadores, mas se porventura conseguirmos obter preços substancialmente superiores, vamos todos bater palmas”, explicou José Ganga Júnior.
Para o presidente da ENDIAMA, o capital humano do subsector de diamantes conta com uma força de trabalho de 19.461 trabalhadores, distribuídos por várias profissões, sendo 15.096 directos e 4.365 indirectos, com a Endiama a absorver 454 funcionários.
“Este número tende a crescer, tendo em conta a estratégia de dinamização e implementação de novos projetos tanto em prospecção como em produção”, avançou o chairman da companhia.
Para já, pelo menos 39 projectos diamantíferos estão em prospecção, nas províncias da Lunda Norte, Lunda Sul, Moxico, Malanje, Cuanza Sul, Huambo e Bié e em produção estão já 13 minas, sendo 10 em depósitos secundários e as restantes em depósitos primários.