A Empresa Nacional de Diamantes de Angola (ENDIAMA) não atingiu o resultado projectado de 2.7 mil milhões de dólares em 2024, tendo alcançado apenas 1.5 mil milhões de dólares, admitiu nesta Quarta-feira, 15, em Luanda, o administrador executivo para Operações Mineiras e Gestão de Participações da empresa, Laureano Receado Paulo.
“O 2024 nós tivemos praticamente o preço médio na ordem de 143 dólares o quilate. Portanto, a nossa perspectiva era termos aproximadamente 2.5 ou 2.7 mil milhões de dólares como receita bruta, mas infelizmente, tivemos que nos conformar com quase 1.5 mil milhões de dólares. O mercado contribui grandemente para o baixo desta produção”, lamentou Laureano Receado Paulo.
De acordo com o administrador executivo que fazia apresentação do balanço das acções de 2024, isto também afectou a uma certa altura as próprias receitas para Orçamento Geral Estado de 2024 (OGE).
“Portanto, em 2022 tiveram 421 milhões, em 2023 teve um decréscimo de 324 milhões, mas mesmo tendo, em 2024 cerca de 425 milhões não é satisfatório, tendo em conta o nível de produção que tínhamos projectado e alcançado. Quanto à questão das receitas, em 2022 conseguimos produzir cerca de 8 milhões de quilates, tivemos receitas na ordem de quase 2 mil milhões de dólares, já contrastando com 2023. Porquanto, houve um decréscimo do preço médio e em 2004 que foi pior”, referiu.
Acrescentou ainda que a empresa continuam a trabalhar, no sentido de haver melhorado o mercado para poder atingir níveis que deseja. Entretanto, Laureano disse que, nos últimos anos, a ENDIAMA continua a ser uma empresa sólida e que continuam a ter resultados sempre positivos.
O responsável avançou que a ENDIAMA conseguiu ter um recorde já mais alcançado no subsector do diamante, com uma produção de 14 milhões de quilates em 2024, assumindo que continuam com dificuldades nas vendas de diamantes.
Já o presidente do conselho de administração da ENDIAMA, Ganga Júnior, disse que “o facto é que ainda temos em stock mais de 3 milhões de quilates produzidos e não vendidos e, de facto, o mercado neste momento não está a absorver diamantes”.
Em concertação com os principais produtores, nomeadamente a De Beers e a Alrosa, disse que “o que temos conversado é que, de facto, precisamos de enxugar a produção, reduzir a produção. Em boa verdade, é o que se está a passar, no sentido de criar mais demanda, criar apetite para o consumo”.
O PCA afirmou ainda que se precisa ver como resolver isto. “Por outro lado, o país precisa de dinheiro, mas produzir e não vender não sei o que será melhor (…)”, observou.