As empresas que seguem os princípios da governança ambiental, social e corporativa (ESG) têm maior possibilidade de ter acesso ao financiamento com custos mais baratos, apontou o partiner da PwC Angola – empresa especializada em serviços profissionais de auditoria, fiscalidade e assessoria de gestão.
Durante o 5ª Fórum de Responsabilidade Social e Cidadania (RSC) – Responsabilidade Social de Impacto, que decorreu no Instituto Superior Politécnico de Tecnologias e Ciências (ISPTEC), em Luanda, promovido pela TheBridgeGlobal, Hélder Pereira, fez saber que os accionistas de algumas empresas estão cada vez mais preocupados com o cumprimento do ESG.
“Os investidores do sector da banca já começam a olhar para as geografias em que pretendem fazer investimentos, porque eles não querem financiar projectos em áreas onde há riscos de inundações, devido ao aquecimento global”, esclareceu.
Alexandra Moutinho, directora da mesma empresa, disse que incorporar o ESG nas organizações não é de imediato, sendo que isso implica uma mudança cultural.
Segundo a responsável, o ponto de partida começa pelo objectivo de evolução para uma estrutura mais consciente, o ESG é uma estratégia de negócio e já está com foco na melhoria do funcionamento das empresas.
Para o CEO da Rede Filantropia do Brasil, Márcio Zappelini, quer o seu país, quer Angola têm problemas sérios em relação à estruturação das organizações sociais, porque ainda pensam muito com a emoção e não com a razão.
“Precisão ter ferramentais para pensar como uma empresa. Elas devem ter uma receita acima da despesa. Então, precisam ter lucros”, sustentou Márcio Zappelini.
Entretanto, a CEO da TheBridgeGlobal, Leonor Sá Machado, referiu que as empresas angolanas não estão preocupadas apenas com os resultados dos negócios, mas também com a responsabilidade social.
“É importante que uma empresa esteja saudável e com capacidade suficiente para contribuir para o bem-estar das comunidades”, alertou.
Com a realização deste fórum, que juntou directores de departamento de responsabilidade social de várias empresas angolanas, como a TAAG, Pumangol, EMIS, NCR, Biocom e Sonils, Leonor Sá Machado quer ver mais empresas nacionais a actuarem nesta área e a compreenderem que o ESG é para todos, por ser uma forma assertiva de olhar para o outro e criar boa interacção com os seus parceiros.
O provedor de justiça adjunto da República de Angola, Aguinaldo da Costa Cristóvão, que procedeu o discurso de abertura do avento, sublinhou ser lícito pensar que os benefícios decorrentes da actividade empresarial, ainda que poucos, podem e devem ser partilhados para a melhoria das condições de vida e sociais das circunscrições administrativas, comunidades e cidadãos.
“O repto e desafio que deixo aos potenciais beneficiários das acções de responsabilidade social é que adoptem a gestão de projectos, como uma ferramenta preciosa para este segmento. Às empresas que já desenvolvem acções de responsabilidade social, espero que alarguem os projectos a financiar, abrangendo não apenas os grandes projectos, mas olhando para os mais pequenos e sustentáveis e que, no domínio dos beneficiários, não acolham apenas aqueles mais conhecidos, mas que prestem atenção aos anónimos”, apelou.