De 09 a 11 de Dezembro, o Presidente da República da Guiné Bissau, Umaro Sissoco Embaló, efectuou uma visita de Estado à República de França. Uma visita que incluiu na agenda presidencial uma passagem à emblemática Catedral de Notre-Dame, em Paris, recentemente restaurada, após um incêndio ocorrido em 2019. Com Embaló estiveram na Catedral vários outros Chefes de Estado, a convite do Presidente Francês Emmanuel Macron.
Durante a visita, o líder guineense foi agraciado pelo seu homólogo de França, com a medalha de “Grande Oficial da Legião de Honra do Estado Francês”. Embaló e Macron mantiveram um encontro em privado, a que se seguiu uma comunicação pública conjunta.
Se o encontro entre os dois estadistas aconteceu dentro da normalidade, o mesmo não sucedeu com o que teve com a comunidade guineense em Paris, que terá sido marcado por manifestações e alegadas agressões por parte de elementos ligados a delegação presidencial, denunciadas pelos presentes.
Já de regresso a Bissau no dia 11 de Dezembro, interpelado pela imprensa local, no Aeroporto Internacional Osvaldo Vieira, o chefe de Estado guineense fez um balanço positivo da sua visita, revelando ter recebido garantias do homólogo francês que o apoio financeiro que França tem dado até então ao Orçamento Geral do Estado da Guiné-Bissau irá prosseguir, bem como as bolsas de estudo para diversas áreas de formação.
Dos vários encontros bilaterais na República gaulesa, Umaro Embaló afirmou ter tido uma conversa presencial com o Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, aguardando fazer o mesmo contacto com o Presidente da República Federal da Rússia, Vlademir Putin ainda esta semana, no quadro da mediação do conflito existente entre os dois países do leste da Europa, que já dura há quase três anos.
À imprensa em Bissau, Sissoco manifestou também preocupação com os conflitos existentes na Líbia, Síria e Israel.
Entretanto, questionado sobre a fixação das datas das eleições legislativas e presidenciais no seu país, uma vez que o mandato vigente termina a 27 de Fevereiro de 2025, Umaro Sissoco Embaló optou por não responder, deixando, mais uma vez, um vazio no tempo e no espaço para o tema pertinente e que muito mal-estar tem causado entre os cidadãos.
De realçar que a Guiné-Bissau vive uma atmosfera de incerteza com os sucessivos adiamentos sine die das eleições legislativas e presidências, por parte do Presidente da República, o que tem levado líderes partidários e a sociedade civil a exigirem a reposição do bom funcionamento das Instituições, bem como o respeito das leis de um Estado democrático.