A embaixadora de Portugal em Díli disse recentemente, que gostaria de ver Portugal, potencialmente em cooperação com outros doadores, apoiar Timor-Leste em iniciativas que ajudem a fomentar a criação de emprego jovem no país.
“Pessoalmente o que gostaria de ver, se Portugal pudesse contribuir, era algum investimento produtivo que desse alguma esperança no sentido de haver empregos para esta juventude. Vemos é a juventude a continuar a sair do país”, disse Manuela Bairos em entrevista à Lusa.
“Os doadores têm que se articular um pouco melhor aproximar-se do Governo naquelas que são dificuldades estruturais ou enquadramento, e trabalhar para ajudar a criar emprego e perspectivas. Um país não pode ver esta permanente sangria da sua juventude a sair à procura de saídas profissionais”
Manuela Bairos, que apresentou credenciais há cerca de um mês, considera que essa poderia ser “a pouco e pouco uma prioridade”, sublinhando áreas em que Portugal, pela sua experiência e valência pode ter um contributo importante.
“Pescas e turismo em que Portugal pode dar contributo por ter experiência. Está longe e pode encontrar parceiros locais e internacionais, cooperação triangular, multilateral para ajudar a criar emprego. Esse é o grande problema em Timor-Leste, encontrar saídas profissionais para os jovens”, afirmou.
Além disso, Manuela Bairos destacada ainda o eventual contributo português para ajudar a preservar o património documental e edificado no país, algum do qual corre riscos de se perder.
“Poderíamos preservar o património histórico aqui, património comum de Timor mas também português, será tarefa de menor ambição, exige menores recursos. Se houver cheias ou um problema grave há coisas que se vão perder”, disse.
Os objectivos da cooperação portuguesa no país continuam a ser dominados pelos sectores da educação, formação e capacitação, sectores em que Timor-Leste pediu o apoio de Portugal.
“Cerca de 80% da nossa cooperação é na educação, formação e capacitação, e isso tem a ver com ramificações na área da justiça, da defesa e segurança”, disse.
Destacou ainda a cooperação nos sectores da justiça, defesa e segurança, finanças públicas e em particular o “investimento muito consistente de Portugal na área da Segurança Social” do país.