O director do Festival Internacional de Banda Desenhada e Animação Luanda Cartoon, Lindomar de Sousa, revelou à FORBES ÁFRICA LUSÓFONA à margem da 18° edição do Festival Internacional de Banda Desenhada e Animação, que a “produção a nível da lusofonia não tem sido muito regular, com excepção de Portugal e Brasil, que têm um mercado muito grande e de alta produção”.
Antes da abertura do maior festival que decorre de 5 a 19 de Agosto no Camões – Centro Cultural Português, na capital angolana, Luanda, Lindomar Sousa, acrescentou também que a nível dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), Moçambique, Cabo Verde e Guiné Bissau registam uma produção muito baixa de livros de banda desenhada e por isso não têm participado.
“A banda desenhada francófona é muito forte a nível mundial. Uma parte dos países africanos que falam francês têm participado no festival, mas a nível da lusofonia só participaram Moçambique e Cabo Verde em edições já passadas. Estamos a falar há cerca de dez anos. De lá para cá, não voltaram a marcar presençaa”, lamentou.
Ao proceder à abertura do festival que contou com mais de duzentos participantes, com o objectivo de homenagear artistas que mais se destacaram durante o percurso com obras de qualidade, a directora do Camões – Centro Cultural Português, Sónia Fonseca, referiu que o projecto de banda desenhada apresenta consistência, uma vez que caminha na 18° edição.
Ao longo dos dezoito anos de existência do festival, Lindomar Sousa faz uma avaliação positiva, tendo em conta o alcance de mais de mil artistas, com destaque para Portugal e Brasil, que participam com cinco artistas cada, sem esquecer França que marcou presença por duas vezes, Itália, Congo Democrático e Gabão com um artista cada.
“Foi possível acompanhar a evolução e a qualidade dos artistas angolanos, muitos eram até completamente desconhecidos e tiveram a sua primeira oportunidade no Luanda Cartoon, sendo hoje já artistas do mercado, artistas já consagrados”, explicou.
O Festival Luanda Cartoon, evento que reúne anualmente autores de banda desenhada, cartoonistas, ilustradores e animadores, desde profissionais, amadores e fãs, é desdobrado através de exposição de obras, vendas e sessão de autógrafos, cinema de animação de curta-metragem e um pocket show.
O sucesso deste encontro é testemunhado pela adesão do público e reconhecimento que conseguiu obter pelo Ministério da Cultura, Turismo e Ambiente de Angola, ao receber o prémio nacional de cultura e artes na categoria de artes plásticas, em 2016.