A Empresa de Distribuição de Eletricidade de Cabo Verde (EDEC) revelou que, no primeiro semestre de 2024, foram realizadas 8.890 inspeções, das quais 2.903 detetaram fraudes de roubo de energia. A informação foi divulgada hoje por Antão da Cruz, administrador executivo da EDEC, numa conferência de imprensa na Praia.
O elevado número de fraudes foi sublinhado pelo responsável, que destacou a gravidade do problema, especialmente após a recente morte de duas pessoas, eletrocutadas enquanto tentavam furtar energia através de ligações clandestinas. “O número de fraudes é alarmante e é essencial alertar a população sobre os perigos associados ao roubo de energia”, afirmou Antão da Cruz.
O administrador alertou que a situação é ainda mais crítica durante o período de chuvas, quando o risco de acidentes aumenta devido às ligações defeituosas e aos cabos soltos. “É fundamental que todos se conscientizem dos riscos e ajam para prevenir tragédias”, apelou.
Além dos casos recentes, o problema das ligações clandestinas tem causado diversas mortes por eletrocussão ao longo dos anos em Cabo Verde, muitas vezes envolvendo crianças. Em janeiro, Luís Teixeira, então presidente da Electra, revelou que entre 2017 e 2022 foram entregues 3.840 processos criminais relacionados com roubo de energia, dos quais apenas 1.061 foram julgados, permanecendo 2.779 pendentes.
Segundo a Lusa, em 2022, seis pessoas perderam a vida devido a choque elétrico, e foram registados vários ferimentos graves. A EDEC, criada após a extinção das filiais Norte e Sul da Electra, é responsável pela distribuição de eletricidade em Cabo Verde, junto com a Empresa de Produção de Eletricidade de Cabo Verde (EPEC SA) e o Operador Nacional do Sistema Elétrico de Cabo Verde (ONSEC SA).