A consultora BMI, do grupo Fitch Solutions, estima que o crescimento das economias da África subsaariana abrande, de 3,6% no ano passado, para 3% este ano, mantendo a previsão de uma recessão económica de 0,7% em Angola.
“Antevemos que o crescimento do PIB real na África subsaariana vá desacelerar, de uns estimados 3,6% em 2022, para 3% este ano, com a actividade económica nas duas maiores economias da região, a Nigéria e a África do Sul, a abrandar substancialmente”, escrevem os analistas.
No mais recente relatório sobre as economias da região, enviado aos investidores, os analistas desta consultora, detida pelos mesmos donos da agência de notação financeira Fitch Ratings, apontam que “a elevada inflação e as apertadas condições financeiras, juntamente com a taxas de câmbio desvalorizadas, vão influenciar a actividade económica no segundo semestre”.
Para 2024, projectam que o crescimento deverá acelerar para 3,9%, com a inflação a abrandar e o “risco pelo apetite relativo aos mercados emergentes a subir também”, aliados ao relançamento da actividade empresarial e do consumo.
“No próximo ano, prevemos que o crescimento regional acelere para 3,9%, acima da média de 3,1% registada entre 2013 e 2022, apoiado numa expansão de 5,4% na África Central e Oriental, regiões que são as que registam o maior crescimento em África”, avança o documentyo citado pela Lusa.
BMI aponta recessão para Angola
Para Angola, os analistas mantêm a previsão de recessão de 0,7% este ano, que é uma revisão em baixa face à anterior estimativa de crescimento de 1,8%, já de si um abrandamento face aos 3,1% registados no ano passado.
Em Julho, a BMI reviu em baixa a previsão de crescimento de Angola para este ano, antecipando um regresso à recessão, essencialmente devido à desvalorização do kwanza e ao aumento da inflação.
Na revisão das perspectivas de evolução da economia angolana, os analistas explicaram que “reflecte largamente o impacto da forte desvalorização do kwanza em Junho”, e acrescentam que “o aumento da inflação vai impactar no consumo das famílias e no investimento das empresas”, o que coloca ainda mais pressão descendente na actividade económica do setor petrolífero.