Economia solidária pode ajudar a reorientar o Governo angolano na criação de políticas públicas, a fim de superar a pobreza, na medida em que as iniciativas de base comunitária e socioeconómica funcionem como uma estratégia para gerar trabalho e renda para as famílias.
A informação foi avançada pelo especialista em Políticas de Participação e administrador de Incubadoras Tecnológicas Brasileiras, Leandro Leal, durante a 1ª edição do Fórum sobre Economia Solidária, realizado em Luanda pela Média Claque, ATO Internacional e Kixicrédito.
De acordo com o especialista, a economia solidária pode ser uma oportunidade para o Governo angolano pensar em novas estratégias de distribuição de riqueza, para criar mais trabalho e renda, prestando maior assistência social às famílias que se encontram numa situação de vulnerabilidade.
“A economia solidária pode ser um espaço onde as pessoas aprendem de uma maneira mais directa o exercício da democracia, porque nestes empreendimentos elas participam e tomam decisões, justamente. Se imaginarmos numa comunidade que pode produzir localmente aquilo que consome, temos uma grande possibilidade de resolver problemas sociais e económicos, incluindo a prestação de serviços públicos locais, como a limpeza urbana e saneamento básico”, disse o especialista.
A directora da ATO Internacional e coordenadora da primeira edição do Fórum Sobre Economia Solidária, Vânia de Lurdes Frederico, referiu que Angola tem formas de economia solidária muito particular da nossa realidade.
“Ela funciona e, na maior parte das vezes, o que nos faz sobreviver é a cooperação económica”, afirma a responsável, que também sublinha que a kixikila, a matocha e o fenómeno sócia, sobretudo, são as formas de financiamento solidário que existem a nível da informalidade.
Já o director de administração e marketing da Kixicredito – Sociedade de Microcrédito, Hélder Catombela, avançou que a economia solidária tem princípios que podem melhorar o ambiente socio-económico das comunidades.