A riqueza da República de São Tomé e Príncipe caiu 1 ponto percentual ao sair dos anteriores 3% para apenas 2% até finais de Dezembro do ano passado, tendo provocado um abrandamento na economia do país, de acordo com dados preliminares sobre as contas públicas, apresentados pelo Chefe de Estado, Carlos Vila Nova.
Ao discursar na sessão de cumprimentos do Corpo Diplomático, o Presidente da República disse ainda que os referido números, “embora não negligenciáveis”, revelam apenas o quanto a economia cresceu.
“Na verdade, devemos estar preocupados com a sustentabilidade deste crescimento, uma vez que muito do mesmo foi suportado pelo significativo e excepcional financiamento externo das despesas públicas”, destacou.
Em termos de desempenho económico, Carlos Vila Nova considerou que, além dos “velhos desafios que se mantiveram”, a pandemia da Covid-19 trouxe problemas adicionais que persistiram ao longo do ano de 2021.
“Estes novos desafios devem levar-nos a mudar de estratégia, sobretudo no modo de encarar as grandes questões da sociedade, tanto no domínio nacional como internacional”, defendeu.
A pandemia não é única ‘culpada’ do abrandamento da riqueza são-tomense. Às pressões do Produto Interno Bruto (PIB), Carlos Vila Nova juntou as “tensões geopolíticas, que resultaram na “previsível” subida do preço do petróleo e de bens importados, e que, a seu ver, podem minar ainda mais as perspectivas do crescimento da economia são-tomense para o ano de 2022.
Vila Nova entende que as tensões vão contribuir ainda mais para o abrandamento [da economia] e a consequente divergência do crescimento em relação aos países de renda média alta, o que compromete a projecção de crescimento de 2,9% para o corrente ano.
“Se já havia perspectivas de um crescimento a duas ou três velocidades entre as economias avançadas, emergentes e a dos países de rendimento médio-baixo, devido a diferentes velocidades de cobertura de vacinação, os atrasos na disponibilização de vacinas, por um lado, e por outro, as tensões geopolíticas são factores que condicionam o crescimento da economia são-tomense”, considerou.
Para o Presidente são-tomense os actuais conflitos geopolíticos “despertam inquietações” e, no caso da intervenção militar russa na Ucrânia, sublinhou a posição de São Tomé e Príncipe, que se coloca “ao lado daqueles que apelam para que se enverede pela via da diplomacia do diálogo.
“Neste sentido, São Tomé e Príncipe apoiou a resolução apresentada na Assembleia Geral Extraordinária das Nações Unidas sobre a invasão russa e face a existência de vítimas civis. Exortamos que sejam facilitados os acessos à assistência humanitária, aqueles que deles precisam no teatro das operações e apoio às populações deslocadas”, disse.
*Com Lusa