As economias da lusofonia africana, nomeadamente de Angola, Cabo Verde e Moçambique, devem crescer de 2,6%, 4,7% e 5%, respectivamente, de acordo com dados publicados esta semana pelo Fundo Monetário Internacional (FMI).
O FMI indica que o crescimento de Cabo Verde vai ser essencialmente assente no turismo, impulsionado com o aumento das receitas de medidas fiscais e pela sub-execução do investimento público.
Sobre o rácio da dívida sobre o PIB, um dos indicadores mais usados pelos investidores internacionais para aferirem a capacidade de um país honrar os seus compromissos financeiros, o FMI diz que a situação de Cabo Verde está a melhorar.
De acordo com Thibault Lemaire, economista do FMI, a tendência decrescente do rácio da dívida sobre o PIB continuou, diminuindo de 148%, em 2021, para 115% do PIB em 2023.
“Um valor muito acima da média de cerca de 60% da África subsaariana, mas que é compensado pelo facto de o arquipélago ter a maioria da sua dívida em termos concessionais, imune ao encarecimento das taxas de juro e beneficiando da paridade com o euro”, disse.
Por sua vez, o crescimento de Angola será suportado pelo sector não-petrolífero, embora ensombrado pela elevada inflação.
Em termos de recomendações para Angola, o economista responsável pela coordenação do relatório sobre a África subsaariana, diz que “a curto e médio prazo a consolidação orçamental e as reformas neste domínio são essenciais para reforçar a sustentabilidade orçamental e da dívida pública” e conclui que “a aceleração da implementação de reformas estruturais é fundamental para garantir a estabilidade macroeconómica e promover um crescimento diversificado, resiliente e inclusivo”.
Já Moçambique, vai sentar o seu crescimento no sector não-mineiro, que segundo o FMI, deverá acelerar em 2024, impulsionado por uma melhoria da dinâmica da indústria transformadora e da construção, como noticiou a Lusa.
O FMI refere que Moçambique “enfrenta desafios significativos de desenvolvimento, nomeadamente na maior frequência e gravidade das catástrofes naturais e choques climáticos.
O fundo considera que o recomeço das obras da petrolífera TotalEnergies, “previsto para os próximos meses, em Cabo Delgado, deverá ter “um impacto positivo e significativo no crescimento, nas receitas fiscais e na conta corrente do país, após o início da produção e exportação de GNL”.