A consultora Fitch Solutions prevê que a economia de Angola desacelere 1,8% este ano, dos 4% no ano passado, essencialmente devido aos problemas no sector petrolífero, assentando a expansão no sector não-petrolífero.
De acordo com os analistas da consultora de notação financeira, os atrasos nas principais reformas e a estabilidade política a longo prazo, são um dos principais riscos ao crescimento económico, acrescentando que “o crescimento económico deste ano será assente largamente no sector não-petrolífero”.
Entre as principais previsões, a Fitch Solutions aponta a descida dos preços do petróleo nos próximos trimestres como um factor negativo para o país, vincando que “a moderação dos preços globais do petróleo e da produção interna colocam uma pressão descendente na exportação de bens angolanos deste ano”, o que faz com que antevejam que a posição externa de Angola se vá deteriorar gradualmente entre 2023 e 2027.
No relatório, citado pela Lusa, os consultores estimam um corte da taxa de juro em 250 pontos base (2,5 pontos percentuais) pelo Banco Nacional de Angola (BNA), o que fará com que a taxa de referência desça para 17% até final deste ano.
“A descida da inflação e a fraca actividade económica deverá encorajar o BNA a fazer estes cortes durante este ano”, lê-se, que mantém a estimativa de redução da dívida pública, que deverá descer dos 61,8% do ano passado para uma média de 56,2% entre 2023 e 2027.
No que diz respeito à evolução da moeda angolana, a previsão aponta para uma “ligeira desvalorização” neste e no próximo ano, passando de uma média de 503,5 a 520 kwanzas por dólar, neste semestre, para 520 a 545 kwanzas por dólar no próximo ano.
“Uma depreciação excessiva da moeda pode aumentar o custo da dívida externa, o que colocaria riscos à sustentabilidade da dívida”, concluem os analistas.
*Adnardo Barros