A investigadora e decana do Instituto Superior Politécnico de Tecnologias e Ciências (ISPTEC), Kátia Gabriel, defende a necessidade de o Estado angolano rever as políticas e condições de industrialização vigentes no país, por forma a torná-las mais atractivas ao investimento interno e externo.
Em entrevista concedida à FORBES, a mestre em química e doutoranda em engenharia química pelo Instituto Superior Técnico da Universidade de Lisboa, diz que existem grandes desafios para a expansão da indústria química em Angola, relacionados sobretudo com o abastecimento de água, energia eléctrica e matéria-prima para o normal funcionamento de uma unidade industrial.
Refere ainda que a indústria petroquímica é um dos ramos da indústria química mais completos e que responde pela demanda de uma grande variedade de produtos de consumo. E por esta razão, desempenha um papel importante na economia e crescimento de qualquer sociedade moderna.
“Este sector é bastante competitivo e envolve uma significativa inovação tecnológica. Com o passar do tempo, o sector evoluiu do processamento de óleo e gás, agregando valor a subprodutos de uso limitado na indústria de combustíveis”, frisou.
A indústria petroquímica, produz uma notável variedade de produtos úteis, incluindo plásticos, borracha sintética, solventes, fertilizantes, produtos farmacêuticos, aditivos, explosivos e adesivos. materiais que têm aplicações importantes em quase todas as áreas de uma sociedade.
Porém, kátia considera que com esta contextualização e pelo facto de o país importar quase todos esses produtos, consegue-se facilmente visualizar o cenário da indústria química em Angola e perceber a necessidade de uma grande aposta no sector. “Esta aposta irá certamente contribuir para diversificação da economia angolana e para geração de novos postos de trabalho para engenheiros formados nas instituições de ensino superior do país”, afirma.
Como reconhecimento do seu contributo na formação de futuros líderes em acções do desenvolvimento sustentável, através de um projecto de produção de transferências de conhecimento que coordena, denominado “Reciclar”, em Outubro do ano passado, Kátia Gabriel foi distinguida como embaixadora para a paz, pela Organização Internacional Youth & Students for Peace – Angola, em.
Apaixonada pela Química
Movida pela paixão da disciplina de Química, a engenharia abraçou a docência no ISPTEC, onde entrou como professora de Física em 2013.
Antes de assumir o cardo de decana da instituição, Kátia desempenhou as funções de chefe do Núcleo de Química de Departamento de Engenharias e Tecnologias, de coordenadora das actividades de ensino na direcção dos laboratórios profissionalizantes, bem como coordenadora do projecto de transferência de conhecimento, “Reciclar”, do departamento de extensão criado por ela no ISPTEC.
O seu trabalho, enquanto coordenadora, tem levado a instituição a conquistar várias distinções a nível nacional e internacional, com destaque para o primeiro lugar na categoria de instituição de investigação científica, desenvolvimento tecnológico e inovação na Feira do Inventor e do Criador Angolano.
O núcleo de investigação científica do ISPTEC, liderado por Kátia Gabriel, chegou a receber ainda uma medalha de prata na categoria de instituição de ensino superior, na Feira Internacional de Ideias, Invenções e Novos Produtos, realizada em Nuremberg, na Alemanha, entre várias outras distinções.