Os donativos recebidos por Cabo Verde caíram 33,7%, de Janeiro a Julho do ano em curso, para 865 milhões de escudos, equivalente a 7,8 milhões de euros, se comparado a igual período de 2020, em que o país recebeu cerca de 1.305 milhões de escudos (11,7 milhões de euros) em transferências, indicam dados do Ministério das Finanças daquele arquipélago.
Nos primeiros sete meses do ano, Cabo Verde recebeu apenas 16,5% dos 5.250 milhões de escudos (47,3 milhões de euros) que o Governo estimou para todo o ano no Orçamento Geral de Estado de 2021 retificativo, aprovado em julho.
De acordo com o banco central cabo-verdiano, a quebra de 16,3% nos donativos recebidos em 2020 implicou que as ajudas solidárias internacionais passaram a financiar apenas 9,6% das despesas orçamentais, quando em 2019 garantiram 11,6% do total.
Em causa estão transferências para Cabo Verde feitas por governos estrangeiros em ajuda orçamental, alimentar e de donativos directos, mas também por parte de organizações internacionais e das administrações públicas.
Segundo a Lusa, Cabo Verde garantiu pouco mais de 60% das transferências em donativos de governos estrangeiros e instituições internacionais com que contava em 2020, totalizando 47 milhões de euros, uma quebra de 16,3% face a 2019.
Dados anteriores avançados pelo Ministério das Finanças dão conta que o país recebeu em 2018, com transferências de donativos internacionais, 2.575 milhões de escudos (23,2 milhões de euros), valor que disparou para 6.238 milhões de escudos (56,4 milhões de euros) em 2019. Em 2020, esse valor caiu para 5.224 milhões de escudos (47,2 milhões de euros), segundo o mesmo relatório do Ministério das Finanças, que refere tratar-se de uma taxa de execução de 61%.
O Governo cabo-verdiano previa arrecadar 8.559 milhões de escudos (77,3 milhões de euros) com estes donativos em 2020, admitindo já os efeitos da pandemia de covid-19 e do contexto internacional.