Angola terá encaixado 6,5 mil milhões de kwanzas (6,9 milhões de dólares) em dividendos do sector empresarial público, em 2023, mas desembolsou 207,5 mil milhões de kwanzas (222,9 milhões de dólares), avançou, nesta Quarta-feira, em Luanda, a ministra das Finanças.
Vera Daves de Sousa, que discursava na abertura do Encontro do Sector Empresarial Público (SEP) para apresentação do Relatório Agregado do SEP 2023, precisou que o referido encaixe representou um aumento de 197,8% face ao valor recebido em 2022.
“Entretanto, a diferença entre os valores encaixados e aqueles desembolsados pelo Estado, na ordem de 207,5 mil milhões de kwanzas, deve continuar a reter a nossa atenção, dados os custos de oportunidade envolvidos”, alertou, citada pela Lusa.
A governante referiu que este cenário é impactado pelo alargamento do universo do SEP, decorrente do processo de recuperação de activos e da implementação de políticas públicas, que elevou o número de empresas de 88, em 2021, e 92, em 2022, para 94, em 2023.
Segundo a ministra, “estes dados exigem a continuidade de esforços para tornar as empresas autónomas financeiramente, por meio das suas próprias operações, para desse modo desonerar o Estado dos encargos que representam”.
Vera Daves de Sousa apelou, por isso, às empresas uma melhoria gradual da gestão, à luz do actual paradigma jurídico-legal, apesar de o processo da reforma estar ainda em curso.
A titular da pasta das Finanças em Angola salientou que os desafios estão já identificados e explicitados, por via do Roteiro para a Reforma delineada para o SEP, em janeiro de 2022, que prevê até 2025, entre outros aspetos, um menor número de empresas; a segregação das funções do Estado enquanto regulador, supervisor e accionista; e a reestruturação e saneamento das contas das empresas debilitadas.