O custo com o serviço da dívida externa de Cabo Verde deverá aumentar quase 17% em 2023, face à previsão do Governo para este ano, ultrapassando os 116 milhões de euros, segundo dados oficiais.
De acordo com os documentos de suporte à proposta de lei do Orçamento do Estado de Cabo Verde para 2023, já aprovada na generalidade no parlamento e agora em discussão na especialidade, o Governo prevê que o serviço da dívida externa – custos com amortizações e juros – ultrapasse este ano os 99,7 milhões de euros, contra os 4.779 40,4 milhões de euros em 2021.
O valor reduzido do serviço da dívida em 2021 é explicado pela moratória concedida nesse ano pelos credores multilaterais e bilaterais internacionais, com vista a apoiar a mitigação da crise económica provocada pela pandemia de covid-19.
Para 2023, apontam os dados compilados pela Lusa, o Governo daquele arquipélago estima que o serviço da dívida atinja o valor recorde de 116,6 milhões de euros, representando o equivalente a 5,6% do Produto Interno Bruto (PIB) cabo-verdiano esperado para o próximo ano.
O país pretende endividar-se em 285,4 milhões de euros para financiar o Orçamento em 2023, levando o stock da dívida pública a ultrapassar pela primeira vez os 300 mil milhões de escudos.
“A previsão é que este valor seja financiado em torno de 47,4% com dívida externa e 52,6% com títulos de tesouro emitidos no mercado doméstico, o que irá representar, em termos absolutos, cerca de 135,2 e 150 milhões de euros, respectivamente”, lê-se nos documentos de suporte à proposta orçamental para o próximo ano.