A dívida externa de Angola, que representa 74,10% do total, somou 39,33 biliões de kwanzas (44,10 mil milhões de euros), um aumento de 63% justificado essencialmente pela depreciação do kwanza face ao dólar, de acordo com o relatório anual do Banco Nacional de Angola (BNA).
A dívida pública externa inclui financiamentos de agências multilaterais, governos estrangeiros e agências bilaterais, bancos comerciais e outras instituições financeiras, bem como fornecedores privados.
Entretanto, o stock da dívida pública angolana expresso em dólares aumentou cerca 11,46% em 2023, atingindo um máximo de 80,61 mil milhões de dólares, o que representa mais de 88% do Produto Interno Bruto (PIB).
Segundo o documento, o aumento do stock da divida, depois de dois anos consecutivos de queda, reflete essencialmente a evolução cambial desfavorável. A dívida pública angolana compreende o serviço da dívida com bancos, instituições financeiras multilaterais e bilaterais locais e internacionais.
O stock da dívida governamental fixou-se em 53,08 biliões de kwanzas (59,53 mil milhões de euros, correspondente a 84% do PIB), um aumento de 56%, resultante do comportamento das componentes externa e interna.
O banco central do país avança no seu relatório que a dívida interna registou um stock de 13,75 biliões de kwanzas (15,41 mil milhões de euros), 37,5% acima do ano anterior, “devido à sobreposição da emissão, face às amortizações, bem como pela valorização cambial dos títulos indexados e expressos em moeda estrangeira”.
Já a dívida das empresas públicas registou um stock de 2,55 biliões de kwanzas (2,8 mil milhões de euros) face aos 2,30 biliões de kwanzas do ano anterior (2,6 mil milhões de euros), dos quais 95,13% são da petrolífera estatal Sonangol.
“Este aumento reflecte, principalmente, a depreciação do kwanza de cerca de 39,23% face ao dólar norte-americano”, justifica o documento, citado pela Lusa.