A dívida bilateral dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) a Portugal duplicou nos últimos 25 anos, chegando a 2,5 mil milhões de euros em 2022, depois de ter atingido o pico em 2013.
De acordo com os dados do Banco de Portugal, a dívida destes países a Portugal era de 1,2 mil milhões de euros em 2000, numa lista onde Angola, a maior economia lusófona africana, é sempre, de longe, o maior devedor, à excepção de entre 2014 e 2017, quando o endividamento de Moçambique era maior.
De acordo com os dados do Banco de Portugal, a dívida total bilateral dos países africanos lusófonos a Portugal, no final de 2022, era de 2.565 milhões de euros, sendo Angola responsável por 1.054 milhões de euros, numa lista em que São Tomé e Príncipe é o país menos devedor, com apenas 84 milhões de euros, tendo atingido o pico em 2013, ano em que os PALOP chegaram a dever 3.581 mil milhões de euros.
Durante um jantar, na terça-feira, com correspondentes estrangeiros em Portugal, o Presidente da República português afirmou que Portugal tem “de pagar os custos” dos crimes cometidos durante a era colonial.
“Há acções que não foram punidas e os responsáveis não foram presos? Há bens que foram saqueados e não foram devolvidos? Vamos ver como podemos reparar isto”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, citado pela Lusa.
No evento, Rebelo de Sousa disse que Portugal “assume toda a responsabilidade” pelos erros do passado e lembra que esses crimes, incluindo os massacres coloniais, tiveram custos.