O ministro dos Recursos Minerais, petróleo e Gás, Diamantino Pedro Azevedo, apontou hoje, na cidade do Uíge, que no que tem que ver com a produção de petróleo bruto, constituem prioridades do seu pelouro para o quinquénio 2023-2027, o desenvolvimento de campos petrolíferos, incluindo marginais e maduros.
O objectivo, justificou o governante, que discursava durante o 8º Conselho Consultivo Alargado do Ministério que dirige, é atenuar os efeitos da queda e de investimentos observados nos últimos anos, acelerar as adjudicações necessárias e optimizar os custos associados.
“Para garantir o aproveitamento das reservas de hidrocarbonetos, o sector continuará a promover actividades de exploração, aumentando o conhecimento do potencial de hidrocarbonetos no país, bem como desenvolver novos planos estratégicos de licitação e exploração, incluindo a exploração e produção de hidrocarbonetos onshore, com oportunidades para empresas nacionais”, apontou.
Por outro lado, e tendo em conta as reservas de gás natural existentes no país, “até agora pouco exploradas”, Diamantino Azevedo considera fundamental concluir e garantir a elaboração do Plano Director do Gás, criar um quadro para atracção de investimento das empresas nacionais e internacionais em extracção de gás não associado, até ao final do quinquénio, bem como operacionalizar o novo Consórcio de Gás, dentre outras acções.
“O sector continuará a aproveitar o potencial da produção de petróleo, através da expansão da actividade de refinação”, garantiu o ministro, no evento que decorreu sob o lema “Recursos Minerais, Petróleo e Gás: Crescimento, Desenvolvimento e Diversificação”.
Para este propósito, acrescentou o líder do Ministério dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás (Mirempet), continuar-se-á a implementar a estratégia de refinação com a construção das refinarias de Cabinda, Soyo e Lobito, “no sentido de se assegurar as necessidades locais em produtos refinados, diminuir a dependência de importação dos mesmos e exportar o excedente”.
Pretende-se também neste quinquénio [2023-2027], acrescenta Diamantino Azevedo, promover a indústria petroquímica, mediante a elaboração de estudos, estabelecimento de parcerias e construção de pólos petroquímicos. Ainda para o subsector petrolífero, perspectiva-se maximizar o potencial dos recursos de petróleo e gás no país, como alavanca do crescimento nacional, garantindo em paralelo o alinhamento com os compromissos para a sustentabilidade ambiental, adicionou.
“Neste sentido, afiguram-se como principais objectivos, impulsionar e intensificar a reposição de reservas, visando atenuar o declínio acentuado da produção de hidrocarbonetos, concluir a elaboração do plano Director do Gás e garantir o fornecimento de gás natural à indústria de fertilizantes, à indústria siderúrgica e à produção de energia eléctrica, garantir a autossuficiência de produtos refinados, através da construção de novas refinarias e desenvolvimento de pólos petroquímicos, aumentar a capacidade de armazenagem dos derivados de petróleo em terra, assegurar a implementação de projectos de hidrogénio verde e alinhar o sector petrolífero com os objectivos da transição energética justa e da segurança energética”, descreveu.
De acordo com o responsável, paralelamente a pretensão de garantir a autossuficiência de produtos refinados, o sector está a implementar a construção do Terminal Oceânico da Barra do Dande, a ampliação os Terminais Oceânicos de Cabinda, Lobito e Namibe, bem como a reabilitação de instalações de armazenamento de combustíveis, em Lucapa (Lunda Norte) e Malanje, visando garantir uma melhor acomodação das reservas estratégicas e de segurança do país.
No evento, que reuniu nas conhecidas “terras do bago vermelho” quadros seniores dos sectores mineiro, petrolífero e do gás, bem como convidados das mais variadas esferas da vida economia, social e política do país, foi feita, de forma suscita, em plenária, a apresentação das linhas gerais do Plano de Desenvolvimento Sectorial (PDS) 2023-2027 do Mirempet, do Relatório sobre Investimentos em Projectos Sociais do Sector 2018-2022, do Relatório do Programa de Formação 2018-2021, bem como do Plano Director do Gás.
Durante dois dias, nas sessões técnicas e em painéis transversais, foram abordados temas como “Formação”, “Minerais do Futuro e a Transição Energética”, assim como “Agrominerais, Exploração e Produção de NPK em Angola”. Já em sessões de trabalhos em grumos temáticos, discutiu-se os temas “Implementação dos Objectivos, Metas e Acções Previstos no PDS 2023-2027 dos Recursos Minerais” e “Implementação dos Objectivos, Metas e Acções previstos no PDS 2023-2027 do Sector do Petróleo e Gás”.