Os desembolsos de empréstimos externos a Moçambique caíram para 120 milhões de dólares no primeiro trimestre, menos de metade face ao igual período de 2022, segundo dados do banco central.
De acordo com dados de um relatório estatístico do Banco de Moçambique, relativo ao primeiro trimestre, esta evolução “reflecte uma redução na contratação de dívida externa”, globalmente de 55,8%, tendo em conta os desembolsos totais de 271,5 milhões de dólares no primeiro trimestre de 2022.
O documento, deste mês, explica que os desembolsos de empréstimos externos à Administração Central, para o sector público, caíram 63,2% em termos homólogos, para 12,9 milhões de dólares, neste caso “devido à redução registada nos créditos multilaterais para projectos (53,6%), maioritariamente desembolsados pela International Development Agency”, que contraíram 92,8%.
No sector privado registou-se “uma redução do endividamento”, em 54,7% face ao primeiro trimestre de 2022, para 107,1 milhões de dólares, “determinado, principalmente, pela diminuição da procura de recursos financeiros externos por parte dos GP- Grandes Projectos em 100%”.
“Num contexto em que os empréstimos externos contratados por ‘Outros Sectores da Economia’ incrementaram em 9,9%, com ênfase para o ramo de transportes e comunicações e de agroindústria”, explica ainda o relatório do Banco de Moçambique, citado pela Lusa.
O documento acrescenta que as responsabilidades e obrigações financeiras com o serviço da dívida externa – que incluem pagamento de capital e juros – “incrementaram em 35,4%” no primeiro trimestre de 2023, somando 230,9 milhões de dólares, justificado pelo aumento dos pagamentos do Estado, em 213,2 milhões de dólares, e do sector privado, em 17,7 milhões de dólares, o que corresponde a um aumento de 29,7% e mais de 100%, respectivamente.